|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-assessor do BNB desmente Guimarães
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O ex-assessor especial do BNB
(Banco do Nordeste do Brasil)
Kennedy Moura disse ontem que
não sabia "que rancores" levaram
o deputado estadual José Nobre
Guimarães (PT-CE) a vincular o
nome dele com o dinheiro
apreendido com José Adalberto
Vieira da Silva, ex-assessor do deputado. "Não sei que rancores fizeram com que o deputado me fizesse uma vinculação a uma empresa que nunca ouvi falar", disse
Moura, em entrevista ao "Jornal
Nacional", da Rede Globo.
Kennedy Moura, a quem o deputado estadual José Nobre Guimarães (PT) tenta direcionar,
mesmo que indiretamente, o escândalo da mala de dinheiro e da
cueca recheada de dólares, é antigo e fiel colaborador do deputado.
Por indicação do irmão de José
Genoino, Moura tornou-se chefe
de gabinete da presidência do
Banco do Nordeste (BNB). Na
instituição, contratou, sem licitação, a empresa Cobra a preço superior ao pago em contrato anterior. O Tribunal de Contas da
União (TCU) suspendeu oito dos
nove itens do contrato.
Anteontem, outro assessor de
Guimarães, José Vicente Ferreira,
disse que iria abrir uma empresa
de locação de veículos em sociedade com a mulher de Adalberto,
Raimunda Lúcia, e que, antes de
viajar, o amigo havia dito que iria
pegar o dinheiro para iniciar o negócio Moura.
Na mesma entrevista, Moura
disse que, após saber da prisão de
Adalberto, ligou para Guimarães,
que estava em São Paulo, e que o
deputado perguntou se seu assessor havia falado alguma coisa.
"Ele [Guimarães] perguntou se
ele [Adalberto] tinha falado alguma coisa. Disse a ele que não sabia. Ele disse: "graças a Deus'".
José Vicente Ferreira, outro assessor de José Nobre Guimarães a
aparecer no caso da apreensão de
dinheiro, afirmou ontem à Folha
que sua exposição na mídia o faz
sentir "um segundo Fernandinho
Beira-Mar, um bandido". "Quem
me conhece sabe que não sou isso, estou pagando por ter apenas
ajudado um amigo", disse.
Ferreira referia-se às contradições apontadas pela mídia em sua
própria fala a diferentes veículos
de comunicação. Primeiro, ao jornal "O Povo", do Ceará, ele reconheceu que apenas tinha emprestado um cheque a Adalberto, que
além de companheiro de trabalho
é seu amigo, para ele poder pagar
uma passagem aérea até Recife, e
que não sabia que Adalberto teria
viajado a São Paulo.
Mas anteontem à noite, ao "Jornal Nacional", ele afirmou, ao lado de Guimarães, que iria abrir
uma empresa de locação de veículos em sociedade com a mulher de
Adalberto, Raimunda Lúcia, e
que, antes de viajar, o amigo havia
dito que iria pegar o dinheiro para
iniciar o negócio com um outro
amigo, Kennedy Moura. Adalberto e Moura trabalharam juntos no
gabinete de Guimarães, de 2001
ao início de 2003.
Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha
Texto Anterior: BNB decide investigar ex-assessor especial Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/O publicitário: Auxiliar da Previ está entre sacadores da DNA Índice
|