São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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Ex-assessor do BNB desmente Guimarães

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O ex-assessor especial do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) Kennedy Moura disse ontem que não sabia "que rancores" levaram o deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE) a vincular o nome dele com o dinheiro apreendido com José Adalberto Vieira da Silva, ex-assessor do deputado. "Não sei que rancores fizeram com que o deputado me fizesse uma vinculação a uma empresa que nunca ouvi falar", disse Moura, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo.
Kennedy Moura, a quem o deputado estadual José Nobre Guimarães (PT) tenta direcionar, mesmo que indiretamente, o escândalo da mala de dinheiro e da cueca recheada de dólares, é antigo e fiel colaborador do deputado.
Por indicação do irmão de José Genoino, Moura tornou-se chefe de gabinete da presidência do Banco do Nordeste (BNB). Na instituição, contratou, sem licitação, a empresa Cobra a preço superior ao pago em contrato anterior. O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu oito dos nove itens do contrato.
Anteontem, outro assessor de Guimarães, José Vicente Ferreira, disse que iria abrir uma empresa de locação de veículos em sociedade com a mulher de Adalberto, Raimunda Lúcia, e que, antes de viajar, o amigo havia dito que iria pegar o dinheiro para iniciar o negócio Moura.
Na mesma entrevista, Moura disse que, após saber da prisão de Adalberto, ligou para Guimarães, que estava em São Paulo, e que o deputado perguntou se seu assessor havia falado alguma coisa.
"Ele [Guimarães] perguntou se ele [Adalberto] tinha falado alguma coisa. Disse a ele que não sabia. Ele disse: "graças a Deus'".
José Vicente Ferreira, outro assessor de José Nobre Guimarães a aparecer no caso da apreensão de dinheiro, afirmou ontem à Folha que sua exposição na mídia o faz sentir "um segundo Fernandinho Beira-Mar, um bandido". "Quem me conhece sabe que não sou isso, estou pagando por ter apenas ajudado um amigo", disse.
Ferreira referia-se às contradições apontadas pela mídia em sua própria fala a diferentes veículos de comunicação. Primeiro, ao jornal "O Povo", do Ceará, ele reconheceu que apenas tinha emprestado um cheque a Adalberto, que além de companheiro de trabalho é seu amigo, para ele poder pagar uma passagem aérea até Recife, e que não sabia que Adalberto teria viajado a São Paulo.
Mas anteontem à noite, ao "Jornal Nacional", ele afirmou, ao lado de Guimarães, que iria abrir uma empresa de locação de veículos em sociedade com a mulher de Adalberto, Raimunda Lúcia, e que, antes de viajar, o amigo havia dito que iria pegar o dinheiro para iniciar o negócio com um outro amigo, Kennedy Moura. Adalberto e Moura trabalharam juntos no gabinete de Guimarães, de 2001 ao início de 2003.


Colaborou SÍLVIA FREIRE, da Agência Folha

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