São Paulo, quarta-feira, 15 de julho de 2009

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Tarso critica reforma eleitoral e rebate as acusações de Yeda

Petista afirma que Sarney não é culpado por crise; "questões vêm do Império",

Na opinião do ministro, se Congresso tivesse aprovado a reforma que propôs, crise do Senado não seria política, mas apenas administrativa


LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dos formuladores do projeto de reforma política que foi engavetado no Congresso por falta de acordo, em junho, o ministro Tarso Genro (Justiça) criticou a reforma eleitoral aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada.
Segundo Tarso, se o Legislativo tivesse trabalhado pela aprovação de seu projeto, a crise do Senado não seria política, mas ficaria restrita apenas às questões administrativas.
Embora destaque pontos positivos no pacote, como o que regulamenta a divulgação de candidaturas na internet, o ministro da Justiça considerou a aprovação "provisória" e "puramente contingencial": "Não resolve as questões das representações políticas do país, que são muito mais dependentes de uma reforma do sistema político do que do sistema eleitoral".
Para Tarso, as mudanças "aproveitam a experiência imediata" e não se reportam às questões "estruturais do sistema político". Para entrar em vigor nas eleições de 2010, o projeto precisa ser votado e aprovado pelo Senado até setembro.

Senado
Tarso também poupou o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), pela crise no Senado. "Se fosse feita uma reforma minimamente convincente naquele momento, o Parlamento não estaria hoje se debatendo com essas questões -questões, aliás, que não vêm do presidente Sarney: vêm do Império. Um sistema de poder que se formou de uma maneira aparentemente espontânea (...). A crise tem que ser superada com uma reforma política."
É a primeira vez que o ministro da Justiça fala abertamente sobre as denúncias contra o presidente do Senado.
Pré-candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso rebateu as críticas da governadora Yeda Crusius (PSDB). Ela acusa o ministro de usar a PF para sabotar o seu governo, que enfrenta uma série de denúncias de corrupção.
"Se fosse assim, eu seria candidato em todos os Estados do país, pois a PF não para de trabalhar. Na verdade, isso revela um desconhecimento da governadora a respeito do mecanismo de funcionamento do Estado", finalizou o ministro.


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