São Paulo, sexta, 15 de agosto de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FRANGOGATE
Petistas e tucanos reúnem-se hoje para discutir aliança que pode evoluir para a sucessão estadual em 1998
PSDB e PT se unem para derrubar Pitta

CLÓVIS ROSSI
do Conselho Editorial


O "frangogate" uniu dois partidos, PT e PSDB, que estão em permanente rota de colisão nos planos federal, estadual e municipal. Hoje, na sede do Diretório Municipal do PSDB, reúnem-se as direções municipais dos dois partidos para discutir, acima de tudo, um movimento para que seja criada a CPI do "Frangogate".
A idéia é promover eventos de rua, conforme calendário que será discutido numa reunião na segunda-feira incluindo a CUT, Central de Movimentos Populares e partidos como PC do B, PSB e PDT.
Mas o encontro entre petistas e tucanos servirá também para atacar "outros pontos da agenda da cidade", como as obras paradas e as ruas esburacadas, diz João Câmara, presidente interino do PSDB paulistano.
O vereador Vicente Cândido, presidente do PT municipal, dá um passo além: diz que o objetivo da reunião conjunta é também o de "trabalhar pelo afastamento do prefeito Celso Pitta". Na avaliação do PT, Pitta já não tem condições de governar, não apenas pelas acusações que pesam sobre ele, mas também pela crise orçamentária.
Mas, nos dois partidos, admite-se que a conversa de hoje pode evoluir, futuramente, para a discussão da sucessão estadual. A expectativa no PSDB é mais otimista.
"Na primeira fase, vamos discutir o que temos em comum, ou seja, a oposição a Pitta e Maluf. Depois, pode-se avançar para a participação em outras ações conjuntas, inclusive a sucessão estadual, por que não?", diz João Câmara.
Cândido prefere "não misturar as coisas". Diz que o encontro estadual do PT, instância máxima do partido, já decidiu pela candidatura própria, o que, em tese, inviabiliza qualquer hipótese de o partido vir a apoiar o candidato tucano.
Além disso, "a ação do governador Mário Covas, em especial nas áreas de saúde, educação e privatizações, não tem favorecido" uma eventual aproximação, diz ele.
Cândido recorre ao chavão ("no futuro, só Deus sabe") para não afastar inteiramente a hipótese de aliança num eventual segundo turno. "Aqui, em São Paulo, sempre houve conversa entre os dois partidos, para o segundo turno", diz o presidente do PT municipal.
Se dependesse da posição de Lula, o PT ficaria com a candidatura Covas já no primeiro turno. Mas a corrente interna que Lula comanda está, por ora, mais empenhada na batalha para manter o controle do partido no encontro nacional que elegerá a nova direção.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.