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FRANGOGATE
Petistas e tucanos reúnem-se hoje para discutir aliança que pode evoluir para a sucessão estadual em 1998
PSDB e PT se unem para derrubar Pitta
CLÓVIS ROSSI
do Conselho Editorial
O "frangogate" uniu dois
partidos, PT e
PSDB, que estão
em permanente
rota de colisão
nos planos federal, estadual e
municipal. Hoje, na sede do Diretório Municipal do PSDB, reúnem-se as direções municipais dos
dois partidos para discutir, acima
de tudo, um movimento para que
seja criada a CPI do "Frangogate".
A idéia é promover eventos de
rua, conforme calendário que será
discutido numa reunião na segunda-feira incluindo a CUT, Central
de Movimentos Populares e partidos como PC do B, PSB e PDT.
Mas o encontro entre petistas e
tucanos servirá também para atacar "outros pontos da agenda da
cidade", como as obras paradas e
as ruas esburacadas, diz João Câmara, presidente interino do
PSDB paulistano.
O vereador Vicente Cândido,
presidente do PT municipal, dá
um passo além: diz que o objetivo
da reunião conjunta é também o
de "trabalhar pelo afastamento do
prefeito Celso Pitta". Na avaliação
do PT, Pitta já não tem condições
de governar, não apenas pelas acusações que pesam sobre ele, mas
também pela crise orçamentária.
Mas, nos dois partidos, admite-se que a conversa de hoje pode
evoluir, futuramente, para a discussão da sucessão estadual. A expectativa no PSDB é mais otimista.
"Na primeira fase, vamos discutir o que temos em comum, ou seja, a oposição a Pitta e Maluf. Depois, pode-se avançar para a participação em outras ações conjuntas, inclusive a sucessão estadual,
por que não?", diz João Câmara.
Cândido prefere "não misturar
as coisas". Diz que o encontro estadual do PT, instância máxima do
partido, já decidiu pela candidatura própria, o que, em tese, inviabiliza qualquer hipótese de o partido
vir a apoiar o candidato tucano.
Além disso, "a ação do governador Mário Covas, em especial nas
áreas de saúde, educação e privatizações, não tem favorecido" uma
eventual aproximação, diz ele.
Cândido recorre ao chavão ("no
futuro, só Deus sabe") para não
afastar inteiramente a hipótese de
aliança num eventual segundo turno. "Aqui, em São Paulo, sempre
houve conversa entre os dois partidos, para o segundo turno", diz o
presidente do PT municipal.
Se dependesse da posição de Lula, o PT ficaria com a candidatura
Covas já no primeiro turno. Mas a
corrente interna que Lula comanda está, por ora, mais empenhada
na batalha para manter o controle
do partido no encontro nacional
que elegerá a nova direção.
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