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JANIO DE FREITAS
Sem dúvida
Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes e Anthony Garotinho adotaram a posição mais responsável diante da cobrança de Fernando Henrique Cardoso e Pedro Malan, para que "dividam responsabilidades
com o governo" -segundo a expressão adotada- na adoção de novo acordo com o FMI.
Os três admitem ouvir Fernando Henrique a respeito, porque
convidados, mas sem envolvimento com pretensas soluções
relacionadas a problemas e
responsabilidades que devem
ser assumidos pelo atual governo.
Na insistência de Fernando
Henrique e de Pedro Malan há
dois aspectos mais evidentes.
Um é a prepotência da sua cobrança aos candidatos, para a
qual começam por não ter autoridade moral, como se vê da
própria situação do país por
ambos governado. E, melhor
ainda, não têm autoridade institucional para a tentativa de
reproduzir a ditadura com
suas mudanças de generais
sem mudança de métodos,
compromissos e propósitos.
O outro aspecto da insistência de Fernando Henrique e
Pedro Malan é a inconfessada
motivação do compromisso pedido. É evidente que só um motivo levou a tamanha insistência: a exigência do FMI, jamais
referida pelo presidente e pelo
ministro, de compromisso público dos candidatos como condição para o acordo. Se aceito
pelos candidatos, seria um modo de amarrá-los à política do
Fundo. Daí, também, a inclusão sem precedentes, e contrária a tudo o que o FMI tem feito no mundo, de US$ 24 bilhões
para o próximo governo, três
vezes o socorro a ser dado para
amansar a hora final de Fernando Henrique e Malan.
Responsabilidade perante o
Congresso, por exigência da
Constituição, e perante a população devem assumir o presidente e seu ministro, expondo
os termos verdadeiros do acordo que tentam passar como um
grandioso presente para o futuro presidente.
Uma dúvida, se for dúvida: a
quem serve a cobrança de comprometimento do futuro presidente, cobrada por Fernando
Henrique e Pedro Malan -ao
Brasil ou ao FMI?
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