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CAMPANHA
Equipe reavalia estratégia para propaganda eleitoral; Serra deve adotar linha mais "positiva e propositiva"
Tucano recua e deve poupar Ciro na TV
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável José Serra
(PSDB-PMDB) decidiu abandonar a tática de ataque frontal ao
adversário da Frente Trabalhista
(PPS-PDT-PTB), Ciro Gomes, estratégia que se mostrou até agora
insuficiente para melhorar seu
desempenho nas pesquisas de intenção de voto.
O núcleo da campanha tucana
assistiu em São Paulo a programas eleitorais para a televisão já
gravados e descartou aqueles com
conteúdo mais agressivo em relação a concorrentes. A aposta será
em uma linha mais "positiva e
propositiva", na definição do
coordenador político do comitê,
deputado Pimenta da Veiga
(PSDB-MG).
"Será uma campanha com objetivos claros de apresentar propostas. Não vamos aceitar esse denuncismo que alguns estavam
imaginando. Não é do nosso feitio", afirmou Pimenta.
Tentando afastar o abatimento
que tem tomado conta da campanha de Serra -devido ao terceiro
lugar nas pesquisas, atrás de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e de Ciro
e praticamente empatado com
Anthony Garotinho (PSB)-, Pimenta convocou ontem a imprensa para uma entrevista no comitê central, em Brasília, buscando demonstrar um otimismo sem
explicitar as razões.
"Momento positivo"
"O programa eleitoral, que começa dia 20, virá num momento
extremamente positivo. Estamos
criando um ambiente para uma
forte reação da campanha", disse
o coordenador político do comitê.
Na avaliação dos estrategistas
da campanha tucana, a pesquisa
de intenções de voto divulgada na
terça-feira pelo Ibope traz indicadores positivos, principalmente
ao mostrar crescimento de Serra
nas capitais e entre eleitores com
ensino médio e nível superior.
Nesse setor do eleitorado, considerado formador de opinião, Ciro
perde votos.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Júnior
(BA), a campanha tem ""detectado
o caminho que Serra pode percorrer para crescer e quais são as fragilidades de Ciro".
A aposta dos serristas no programa eleitoral se deve ao tempo
que ele terá na televisão (dez minutos à tarde e dez à noite), mais
do que o dobro da soma dos períodos de Lula e Ciro.
Por isso, a campanha está concentrando os recursos na produção dos programas de Serra. Houve, inclusive, cortes em outros setores, como a encomenda de material gráfico de campanha, principalmente cartazes. Os outdoors
continuarão sendo privilegiados.
Encontro com FHC
Pimenta fez uma leitura positiva
até dos encontros que o presidente Fernando Henrique Cardoso
terá na próxima segunda com os
quatro principais candidatos à
sua sucessão, em busca de aval
para o acordo com o Fundo Monetário Internacional. Serra era
contrário aos encontros por entender que passariam a idéia de
que nem FHC acredita mais na
sua recuperação, mas se rendeu à
decisão do presidente.
De acordo com sua interpretação, o gesto de FHC "não credencia" nenhum deles e mostra que o
presidente "está tão confiante" na
vitória do seu candidato -Serra-, que não há problema em
conversar com os outros.
(RAQUEL ULHÔA)
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