São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2005

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PAINEL

Livro-caixa
A PF tem informações de que Gabriela Martins, a secretária de Severino Cavalcanti que descontou o cheque de Sebastião Buani, mantém uma agenda na qual registra não só as transações com o empresário como também o dia-a-dia de outras permissionárias da Câmara.

Arrecadador
Buani, em conversas ontem, disse que Severino pediu sim ajuda para campanhas eleitorais, mas o nome em questão não era o de seu filho Severino Júnior, morto em 2002, nem o cheque descontado por Gabriela tinha essa finalidade.

Caminho perigoso
Severino foi aconselhado a não apresentar a justificativa de que o dinheiro foi usado para pagar dívidas de campanha de Júnior. Amigos o advertiram de que seria criticado, mas ele sustentou: "É essa a verdade".

Porta da esperança
No embalo da liminar concedida a deputados petistas pelo presidente do STF, Nelson Jobim, os parlamentares do PP incluídos na lista das CPIs entraram ontem mesmo com novo mandado de segurança tentando barrar novas degolas.

Troca de idéias
Roberto Jefferson (PTB-RJ) passou parte da sessão que cassou seu mandato conversando com Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo de cassação de José Dirceu (PT-SP).

A fonte secou
Ricardo Lobo, o vizinho de Jefferson que criou um blog sobre ele, era só lamúrias ontem. Seu personagem deixará o apartamento funcional que ocupa.

Brancaleone
Arlindo Chinaglia (PT-SP) trabalha em tempo integral para presidir a Câmara. Sua campanha, que a oposição apelidou de "chance zero", conta, além da simpatia do Planalto, com soldados como Luiz Eduardo Greenhalgh, derrotado na última eleição, e Aldo Rebelo.

Faixa de renda
Enquanto a base da pirâmide parlamentar tucana enxerga com bons olhos um presidente da Câmara petista, desde que não atrelado ao Planalto, os líderes se inclinam para a opção Michel Temer (PMDB-SP).

Tudo errado 1
O BC enviou relatório ontem à CPI dos Correios no qual reconhece "eventual descumprimento das normas regulamentares que disciplinam a concessão de empréstimos" nas transações entre os bancos Rural e BMG, Marcos Valério e o PT.

Tudo errado 2
Segundo o Banco Central, houve insuficiência de garantias, renovações sucessivas e incapacidade de pagamento nas operações. Ainda assim, o BC diz apenas que isso "pode ensejar, se for o caso, instauração de processo administrativo".

Meio caminho
A oposição protocolou ontem na CPI dos Bingos, terreno onde mantém controle total, requerimento pedindo a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal de Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do ministro Antonio Palocci na Fazenda. A expectativa é que ela ocorra na terça.

Kill Bill
A aparência frágil de Luiz Gushiken iludiu integrantes da CPI dos Correios, que ontem se surpreenderam com a combatividade e o estilo "você sabe com quem está falando?" do ex-ministro ao depor à comissão.

Outro lado
Segundo Guilherme Afif, teve tom de brincadeira seu comentário de que o coronel responsável pela prisão de José Genoino no Araguaia é "incompetente", pois "não fez o serviço direito lá atrás". O pefelista diz ainda que não falava sob seu ponto de vista, e sim sob o de Jair Bolsonaro.

TIROTEIO

Do deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), membro da CPI dos Correios, sobre a liminar concedida pelo presidente do STF, Nelson Jobim, que susta a instauração de processos contra sete parlamentares do PT:
-Se o ministro Jobim está com saudades do seu tempo de deputado, deveria tirar a toga e ir às ruas em busca de votos.

CONTRAPONTO

Desvio de função

Presidente da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) no início do governo Fleury, em 1991, o vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues (PL) comandava uma reunião na qual era discutido um grave problema de trânsito na capital.
Na seqüência de detalhada explanação de um diretor, Rodrigues comentou:
-O pior é que trata-se apenas da ponta do cyborg!
Primeiro, fez-se silêncio. Depois, a reunião continuou como se nada tivesse acontecido. Minutos depois, ele repetiu:
-De fato, esse problema é apenas a ponta do cyborg.
Um assessor o corrigiu:
-Presidente, o senhor está se confundindo, a expressão correta é "ponta do iceberg".
Então Rodrigues, em tom bem-humorado, rebateu:
-E você recebe para me assessorar ou para me corrigir?


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