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Dirceu pede a extensão da decisão do Supremo ao processo contra ele
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A assessoria do deputado José
Dirceu (PT-SP) informou ontem
que o deputado não integrou "por
uma estratégia jurídica" o grupo
de seis deputados que protocolou
e obteve uma liminar favorável do
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim. A
liminar interrompeu, na Câmara,
o processo de cassação contra os
seis parlamentares.
Segundo a assessoria, Dirceu
decidiu ingressar com o pedido
de liminar depois que soube da
decisão favorável aos colegas petistas. A petição do deputado foi
protocolada cerca de três horas
depois da decisão favorável, tomada por Nelson Jobim às 10h45
de ontem.
A assessoria negou ter ocorrido
uma suposta combinação entre
Dirceu e os demais colegas, pela
qual eles entrariam primeiro com
o pedido no STF e só depois Dirceu daria entrada a um pedido de
extensão dos efeitos da primeira
liminar para seu próprio caso.
"Os advogados estavam concentrados em outra tática jurídica. Quando verificou-se que o pedido dos deputados foi bem sucedido, optou-se pelo mesmo caminho", informou a assessoria.
Um dos advogados de Dirceu,
José Oliveira Lima, também disse
que tratou-se de "uma estratégia
que foi feita".
A situação de Dirceu é diferente
da dos demais parlamentares petistas. Ele já enfrenta um processo
no Conselho de Ética, aberto a
partir de uma representação do
PTB. O recurso judicial a que deu
entrada ontem no STF refere-se a
outro processo que possivelmente será aberto no Conselho, desta
vez tendo como base o relatório
conjunto das CPIs dos Correios e
do Mensalão.
O fato de Dirceu já ter sido ouvido no primeiro processo não influi no andamento do segundo,
que obedece um rito próprio. De
acordo com o Ato da Mesa número 17, que regula o assunto, os deputados que são acusados pelo
corregedor da Câmara devem ser
obrigatoriamente ouvidos num
prazo de cinco sessões, mesmo
que já tenham sido ouvidos em
outra instância.
Dirceu é o deputado que teve o
maior espaço dedicado a ele no
relatório das CPIs. Os relatores
Osmar Serraglio (PMDB-PR) e
Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG) se
basearam nos depoimentos de
Roberto Jefferson (PTB-RJ) do tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri e da mulher de Marcos Valério, Renilda Santiago, para pedir a cassação de Dirceu.
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