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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/PT X PT
João Paulo anuncia adesão à candidatura de Valter Pomar; Campo Majoritário admite que disputa se encaminha para 2º turno
Prefeito de Recife adere à esquerda do PT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eleitor de José Dirceu nas eleições de 2001, o prefeito de Recife,
João Paulo Lima e Silva, aderiu à
candidatura de Valter Pomar, da
Articulação de Esquerda, para a
presidência do PT. João Paulo
-que já tinha prometido seu voto a José Genoino e Tarso Genro- diz que sua nova opção foi
motivada por questões locais.
Até anteontem seu preferido na
disputa em Pernambuco era Dilson Peixoto, seu secretário de Serviços Públicos. Mas João Paulo
decidiu votar em outro integrante
de sua equipe, Carlos Padilha
(Habitação), que é da AE. "Não
tenho nada contra o Berzoini. Resolvi votar em Pomar e Padilha."
Dilson conta que, ao voltar da
reunião do Campo Majoritário
em que Genoino renunciou, disse
ao prefeito que se sentisse à vontade para ficar "eqüidistante",
mas que foi surpreendido pela decisão de João Paulo.
Em Pernambuco, a disputa é
travada entre o Campo Majoritário e a Democracia Socialista
(DS). Embora o prefeito minimize o impacto da decisão no cenário nacional -"sou um independente"-, com as recentes perdas,
a coordenação de campanha de
Ricardo Berzoini (PT-SP) já reconhece a hipótese de o Campo Majoritário enfrentar um segundo
turno. "Não há chance de primeiro turno nessa crise. O mar não
está para peixe", diz Francisco
Campos, secretário nacional de
Mobilização do partido.
Para evitar um segundo turno, o
Campo aposta na convocação de
eleitores em quatro Estados onde,
segundo suas contas, a corrente lidera com vantagem: São Paulo,
Paraná, Minas e Rio de Janeiro.
Ontem, o partido levou ao ar
quatro comerciais, de 30 segundos cada, conclamando o filiado.
Amanhã, as inserções se repetirão. Pelos cálculos da corrente,
nesses quatro Estados, o Campo
teria condições de vencer no primeiro turno. E, quanto maior o
comparecimento, maiores as
chances de Berzoini ganhar já no
domingo, data da eleição. "Tudo
vai depender do comparecimento", avalia Francisco Rocha, coordenador do Campo.
Além desses Estados, o Campo
investe na Bahia, em Pernambuco
e em Brasília. Ontem, o PT decidiu até instalar uma urna em Brasília para os que trabalham lá, mas
têm outro domicílio eleitoral.
Para os integrantes das outras
correntes, as projeções do Campo
estão equivocadas. Coordenador
da campanha do Movimento PT,
o mineiro Romênio Pereira diz
que, no Estado, haverá segundo
turno, a exemplo do nacional.
"Seremos a segunda maior força
do PT e temos grandes chances de
chegar ao segundo turno", afirmou. Coordenador da Democracia Socialista, Joaquim Soariano
lança mão de mapas, segundo os
quais Raul Pont chegará ao segundo turno com Berzoini. "Temos maior capilaridade", diz.
Beneficiado com adesões de última hora, Pomar resume: "Será
Berzoini e um dos quatro. E todo
mundo acha que vai". Os candidatos também estão recrutando
seus militantes para o trabalho de
fiscalização e apuração paralela.
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