São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2006

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comentário

Sem pressão, Lula segue "inabalável"

NELSON DE SÁ
COLUNISTA DA FOLHA

Uma de muitas e longas perguntas semelhantes, ontem na entrevista de Lula à Band:
- Eu perguntaria ao senhor, hoje, que avaliação o senhor faz de eventuais erros que o senhor tenha cometido, atitudes que não tomou e que poderia ter tomado e que teriam evitado alguma coisa no processo do mensalão. Eu perguntaria ao senhor o seguinte: que lições o senhor tira, tendo em vista exatamente essa depuração, essa mudança de cara da política de que o Brasil precisa?
Para uma pergunta em que o mensalão virou "processo", a resposta, previsível, culpou então o "sistema".
Foi assim a entrevista com o "presidente", para um entrevistador, ou com o "candidato", para outro, sempre com reverência ao senhor. Faltou "bad cop" na dupla Franklin Martins e Fernando Mitre. Outra pergunta, entre sorrisos e simpatia:
- O que o senhor faria num eventual segundo mandato na área de segurança pública que não fez no primeiro? Por onde o senhor pegaria o touro pelo chifre?
Lula, mais uma vez em sua biblioteca, jamais foi tão inatingível, inabalável, "presidencial".
Ontem à noite foi, muito provavelmente, a última chance de pressionar Lula antes de sua provável e já decantada recondução. Desperdiçaram.


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