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comentário
Sem pressão, Lula segue "inabalável"
NELSON DE SÁ
COLUNISTA DA FOLHA
Uma de muitas e longas
perguntas semelhantes,
ontem na entrevista de
Lula à Band:
- Eu perguntaria ao senhor, hoje, que avaliação o
senhor faz de eventuais erros que o senhor tenha cometido, atitudes que não
tomou e que poderia ter
tomado e que teriam evitado alguma coisa no processo do mensalão. Eu
perguntaria ao senhor o
seguinte: que lições o senhor tira, tendo em vista
exatamente essa depuração, essa mudança de cara
da política de que o Brasil
precisa?
Para uma pergunta em
que o mensalão virou
"processo", a resposta,
previsível, culpou então o
"sistema".
Foi assim a entrevista
com o "presidente", para
um entrevistador, ou com
o "candidato", para outro,
sempre com reverência ao
senhor. Faltou "bad cop"
na dupla Franklin Martins
e Fernando Mitre. Outra
pergunta, entre sorrisos e
simpatia:
- O que o senhor faria
num eventual segundo
mandato na área de segurança pública que não fez
no primeiro? Por onde o
senhor pegaria o touro pelo chifre?
Lula, mais uma vez em
sua biblioteca, jamais foi
tão inatingível, inabalável,
"presidencial".
Ontem à noite foi, muito
provavelmente, a última
chance de pressionar Lula
antes de sua provável e já
decantada recondução.
Desperdiçaram.
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