DA REPORTAGEM LOCAL

A "maldição" feminina que atinge o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afeta o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante.
Enquanto José Serra (PSDB) alcança 50% do eleitorado feminino, Mercadante fica com 16% no segmento (entre os homens, Mercadante tem 20%).
Mercadante e Lula têm falado bastante nos comícios sobre a nova lei federal em vigor, batizada de Lei Maria da Penha, que pune a violência doméstica contra a mulher. Foi sancionada em agosto por Lula. Mercadante explora ainda a presença da ex-prefeita Marta Suplicy e ressalta a escolha de uma candidata a vice-governadora, Nádia Campeão (PC do B).
O coordenador de comunicação da campanha de Mercadante, Hamilton Lacerda, confirma que pesquisas qualitativas mostram que o voto nos candidatos do PT é preferencialmente de homens.
Joaquim Soriano, coordenador de pesquisas de Lula, explica que a passagem de José Serra pelo Ministério da Saúde rende-lhe muitos votos. "Saúde e voto feminino combinam. É a questão do cuidar", afirma.
Para Lacerda, a origem do PT, no sindicalismo e no mundo do trabalho, também explicaria parte da rejeição feminina. "Ainda vivemos numa sociedade muito machista", diz.
A coordenadora do caderno "Mulheres" do programa de governo de Lula de 2006, Vera Soares, diz que o governo Lula e o partido têm dificuldades de comunicação com as mulheres. Mas ela ressalta que o PT, historicamente, foi o mais engajado na defesa de políticas públicas para o público feminino.


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