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SÃO PAULO
Ex-microcandidatos historicamente ligados ao malufismo preferem manter a
neutralidade no 2º turno da eleição; dirigentes do PSDC e PRTB tendem a apoiar pepebista
Ex-candidatos evitam dar apoio a Maluf
FÁBIO ZANINI
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Isolado politicamente no segundo turno, o candidato à prefeitura
paulistana Paulo Maluf (PPB) não
está conseguindo o apoio nem de
ex-microcandidatos que têm um
histórico de proximidade com ele.
O deputado federal e ex-candidato Marcos Cintra (PL), que foi
secretário de Planejamento durante a segunda gestão de Maluf
na prefeitura (1993-96), afirmou
que pretende manter a neutralidade no segundo turno, não especificando em quem vai votar.
Ele afirmou, porém, que seu
partido deve se reunir na próxima
semana para decidir se mantém a
posição de não apoiar nenhum
dos candidatos no segundo turno.
"Eu não fui procurado por ninguém. Ficou muito claro que nossa linha era de independência",
afirmou Marcos Cintra.
Ex-vice-governador de Maluf
de 1979 a 1982 (ocupou efetivamente o governo de maio de 1982
a março de 1983), José Maria Marin (PSC) também quer distância
do candidato do PPB e não declarou apoio a ele. Procurado pela
reportagem, Marin não respondeu aos telefonemas da Folha,
mas seus assessores afirmaram
que ele se manteria neutro.
O ex-candidato do PRN em São
Paulo, Ciro Moura, que se notabilizou no primeiro turno por fazer
ataques a Luiza Erundina (PSB) e
a Geraldo Alckmin (PSDB) sem
mostrar o rosto, também se recusou a declarar apoio a Maluf.
Eduardo Souza Costa Júnior, secretário-geral da legenda em São
Paulo, afirma que o partido, apesar de se declarar de "centro-direita", não vai recomendar o voto
em nenhum dos dois candidatos.
"Não fomos procurados por
Maluf. Se tivéssemos sido, poderíamos reavaliar. Mas nossa posição agora é de neutralidade", afirmou Costa Júnior.
Neutralidade também é o discurso de José de Abreu (PTN), do
mesmo partido do prefeito e ex-afilhado de Maluf, Celso Pitta.
"Agora está entre uma madame
e um doutor. Fico numa situação
difícil", afirma Abreu, repetindo
seu célebre slogan de campanha.
O candidato, que chegou a ser
acusado de ajudar Maluf em seu
horário de televisão, agora promete votar em branco.
Já Osmar Lins (PAN), o candidato que prometia passar "óleo de
peroba" em políticos mentirosos
e que poupava Maluf de críticas,
diz agora que não decidiu em
quem votará no segundo turno.
Dos ex-microcandidatos, dois
declaram que vão votar em Marta. Um é Fábio Bosco, do PSTU,
partido de extrema esquerda. O
outro é Francisco Canindé Pegado, do PGT (Partido Geral dos
Trabalhadores).
Ex-presidente da CGT (central
sindical que geralmente adota posições antagônicas às da CUT, ligada ao PT), Pegado diz que sua
posição é pessoal, não do partido.
Em Maluf, votam apenas dois
ex-candidatos. João Manuel Baptista (PSDC) afirma que a candidatura Marta é "frágil".
"É uma questão de opinião própria. Quem irá governar é o PT",
disse Baptista.
O PRTB, partido do ex-presidente Fernando Collor de Mello,
que teve a candidatura a prefeito
de São Paulo cassada pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral),
também acena em direção a Maluf -mas reclamando de estar
sendo desprezado pelo candidato.
"Pessoas próximas a Maluf estão nos tratando como palhaços,
assediando militantes nossos sem
pedir autorização", diz Levy Fidélix, presidente da sigla. Fidélix diz
que "tende a apoiar o ex-prefeito", mas ameaça declarar neutralidade se não pararem o que chama de "práticas hostis" de Maluf.
O ex-candidato do Prona, Enéas
Ferreira Carneiro, procurado pela
reportagem da Folha, não quis
comentar o assunto.
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