São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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PALÁCIO EM REFORMA

Residência oficial de Lula terá restauração de R$ 16 mi, que deve durar 8 meses e será bancada por 23 empresários

Mais empresas financiarão obra no Alvorada

JULIA DUAILIBI
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Às vésperas da restauração do Palácio da Alvorada, mais empresas aderiram ao conjunto de entidades que irão financiar as obras da residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já são 23 empresas que devem bancar os gastos de até R$ 16 milhões.
Ao contrário do que estava sendo divulgado, o custo da obra não será pago apenas por empresários ligados à Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base). Entrarão no "pool" das financiadoras empresas que não são sócias da entidade, como Pão de Açúcar, Cutrale, Gerdau e Companhia Suzano de Papel e Celulose. Na terça, o presidente receberá em jantar, na Granja do Torto, os representantes das empresas que irão financiar a obra.
Em junho, num primeiro jantar realizado com o presidente Lula e no qual foi colocada a sugestão de se reformar o Alvorada, participaram apenas sete empresários, além do presidente da Abdib na época, José Augusto Marques.
Na ocasião, o presidente reclamou do estado de conservação do palácio. Como resposta, os empresários presentes se prontificaram a ajudar na reforma do Alvorada. Segundo relatos, teria chegado ao ponto de faltar água no banheiro privativo de Lula. Para comprovar a necessidade da reforma, o presidente levou o grupo a um tour pelo Alvorada. À época, o convite feito para o jantar foi para celebrar a realização de um seminário sobre infra-estrutura.
No encontro da próxima terça-feira, haverá uma apresentação do plano de comunicação que será criado para que haja o acompanhamento da restauração por parte dos financiadores. A obra deve durar oito meses. O objetivo dos empresários é que o custo não ultrapasse os R$ 16 milhões que foram estimados inicialmente.
Foi formada uma comissão composta por integrantes da Casa Civil, do escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, que é o responsável pelo projeto do Alvorada, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, da Abdib e da Fundação Ricardo Franco, que é ligada ao Instituto Militar de Engenharia. A fundação será a responsável pela execução da obra, além de ter a função de recolher todas as doações de empresários.
Um endereço na internet ligado à página da Abdib na rede será abastecido diariamente com fotos da reforma que será feita no Palácio da Alvorada. Um artista plástico irá registrar as imagens para que seja realizada posteriormente uma exposição a respeito do trabalho de restauração no local.
A avaliação da situação no Alvorada mostra que a principal dificuldade até agora é a parte elétrica. De acordo com os estudos técnicos, é essa a área que está mais danificada. Haverá também algumas mudanças no sistema hidráulico do palácio.
Em troca do patrocínio, os empresários devem, oficialmente, ganhar um agradecimento formal de Lula após a doação para a reforma e uma faixa com os respectivos nomes das empresas nas proximidades do Alvorada -cuja restauração foi autorizada pelo Iphan. Por causa da restauração, o presidente Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, mudaram-se para a Granja do Torto no dia 4.


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