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SAÚDE
Aparelho colocado no senador servirá para corrigir batimentos cardíacos
ACM recebe desfibrilador no coração
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), 77, sofreu ontem pela manhã uma cirurgia para implantar um desfibrilador automático no coração -o aparelho detecta e corrige qualquer disritmia (batimentos irregulares)
que aconteça no órgão.
Segundo a assessoria de imprensa do Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, onde o senador foi operado, ACM não teve
nenhum problema já dentro do
hospital, onde está internado desde domingo, que levasse à decisão
de instalar o desfibrilador.
A decisão foi tomada, ainda segundo a assessoria, após os resultados dos exames de rotina que
ele vinha realizando desde quando foi internado.
O senador baiano sofre de insuficiência cardíaca crônica. Em
1989, ACM sofreu um infarto do
miocárdio (músculo cardíaco), e
foi submetido a uma operação de
emergência no próprio Incor para
a implantação de quatro pontes
(duas safenas e duas mamárias).
Boletim médico divulgado ontem à tarde dizia que o pefelista
estava consciente e iria em seguida para o quarto. A operação durou duas horas e terminou às
10h30. A assessoria do Incor informou que ACM passa bem e
que, a princípio, deve ficar mais
dois ou três dias no hospital.
O cardiologista Sérgio Timerman, presidente da Fundação Interamericana do Coração, diz que
problemas de disritmia são seqüelas possíveis em pessoas que
tenham sofrido infarto.
"Quando você tem um infarto
como ele teve, no passado, é bem
possível que tenha alguma seqüela que leva a uma disritmia no coração. Podem ser muito bem tratadas com medicamento, mas
quando se tornam freqüentes, a
disritmia ventricular pode ser potencialmente fatal", ele diz.
Nesse caso, diz, "o coração bate,
mas de maneira caótica, desorganizada". "Se isso se mantiver por
um período prolongado, ameaça
a vida, porque esse coração está
perdendo a função dele de batimento contínuo."
A cirurgia para implantação do
desfibrilador é descrita pelo médico como um procedimento
simples. O equipamento pode dar
choques no coração, quando for
necessário corrigir o ritmo do batimento. "Ele tem a capacidade de
detectar a disritmia maligna. Ao
fazê-lo, dá um choque, porque essa disritmia é potencialmente fatal. O aparelho fica inibido, "observando" o ritmo do paciente, e
em qualquer alteração, ele entra
em ação."
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