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Relator de caso Dirceu diz que há "fortes indícios" de quebra de decoro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator do processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), disse ontem que há "fortes indícios"
de quebra de decoro parlamentar
por parte do ex-ministro da Casa
Civil. "São indícios fortes, contradições que estão sendo levantadas
para fundamentar e elucidar todas as informações", disse Delgado, que está terminando seu relatório, a ser apresentado ao Conselho de Ética da Câmara na próxima terça-feira.
No dia 6 de outubro, a Folha revelou que Delgado recomendará
a cassação de mandato devido a
um conjunto de evidências que ligam Dirceu ao esquema do
"mensalão". O ex-ministro nega
envolvimento e argumenta que
não há provas contra ele.
Como deve haver pedido de vistas ao processo, provavelmente
da deputada Angela Guadagnin
(PT-SP), a votação deve ficar para
quinta-feira. A tendência é de
aprovação entre os 14 membros
do Conselho, o que levaria o processo para o plenário na semana
seguinte.
Delgado não quis antecipar ontem publicamente o teor de seu
parecer. "Indícios e evidências há
sempre. Mas não podemos antecipar uma decisão que vai sair
apenas na próxima terça-feira",
disse.
Zeca Dirceu
O favorecimento pela Casa Civil
ao filho do ex-ministro, Zeca Dirceu, que é prefeito da cidade de
Cruzeiro d'Oeste (PR), deve constar também do parecer. Não pode, no entanto, ser usado como
prova, segundo Delgado, porque
não consta da acusação inicial do
PTB que motivou o processo. "O
caso do filho dele pode ser levantado, eu posso utilizar na fundamentação, mas não como prova
para pedir uma eventual perda de
mandato, se essa for a decisão",
declarou o relator.
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