São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

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Relator de caso Dirceu diz que há "fortes indícios" de quebra de decoro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator do processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), disse ontem que há "fortes indícios" de quebra de decoro parlamentar por parte do ex-ministro da Casa Civil. "São indícios fortes, contradições que estão sendo levantadas para fundamentar e elucidar todas as informações", disse Delgado, que está terminando seu relatório, a ser apresentado ao Conselho de Ética da Câmara na próxima terça-feira.
No dia 6 de outubro, a Folha revelou que Delgado recomendará a cassação de mandato devido a um conjunto de evidências que ligam Dirceu ao esquema do "mensalão". O ex-ministro nega envolvimento e argumenta que não há provas contra ele.
Como deve haver pedido de vistas ao processo, provavelmente da deputada Angela Guadagnin (PT-SP), a votação deve ficar para quinta-feira. A tendência é de aprovação entre os 14 membros do Conselho, o que levaria o processo para o plenário na semana seguinte.
Delgado não quis antecipar ontem publicamente o teor de seu parecer. "Indícios e evidências há sempre. Mas não podemos antecipar uma decisão que vai sair apenas na próxima terça-feira", disse.

Zeca Dirceu
O favorecimento pela Casa Civil ao filho do ex-ministro, Zeca Dirceu, que é prefeito da cidade de Cruzeiro d'Oeste (PR), deve constar também do parecer. Não pode, no entanto, ser usado como prova, segundo Delgado, porque não consta da acusação inicial do PTB que motivou o processo. "O caso do filho dele pode ser levantado, eu posso utilizar na fundamentação, mas não como prova para pedir uma eventual perda de mandato, se essa for a decisão", declarou o relator.


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