São Paulo, quinta, 15 de outubro de 1998

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PAINEL

Senha para...
Clóvis Carvalho (Casa Civil) escreveu uma carta a FHC colocando seu cargo à disposição a partir do segundo mandato. Objetivo: levar os demais ministros a fazer o mesmo, deixando o presidente à vontade para refazer o ministério, no início de 99.

...mexer no time
O estilo FHC detesta confronto. O presidente sempre preferiu deixar auxiliares serem fritados a dizer diretamente que não os queria mais. Estuda-se ainda mudança profunda no organograma, o que tira o sono de ministro que se julga garantido.

Reação empresarial
Horácio Piva (Fiesp) defende o Ministério da Produção, pasta cuja idéia de criação é criticada pelo PFL. "Deve ser um ministério de 1ª classe, reunindo Indústria e Comércio, Ciência e Tecnologia e Trabalho". O BNDES iria junto, sugere.

Pimba na gorduchinha
Profissionais liberais de SP estão criando uma ONG para fiscalizar a CBF e os cartolas. Chama-se GOL (Grupo Observador do Ludopédio). Slogan: Tolerância Zero no Futebol. Jogadores e profissionais ligados ao esporte não poderão se associar.

Mercado aquecido
O senso de oportunidade da transportadora Fink deixou deputados que não se reelegeram furiosos. Chegaram aos gabinetes e encontraram um fax da empresa oferecendo seus serviços sob o título "Vai se mudar?".

Sem marola eleitoral
Apesar da pressão das lideranças governistas sobre o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, Pedro Piva (PSDB), Malan irá ao Senado falar da crise. Convocado, fez apenas uma exigência: que fosse depois do 2º turno da eleição.

Ordem de importância
De um tucano, irritado com a resistência de Malan em ir ao Senado: "Ele já foi duas vezes aos EUA dar satisfações ao FMI, precisa dá-las ao Congresso".

Causa eleitoral
PSDB e PFL pressionam FHC a anunciar as medidas do ajuste fiscal somente após o 2º turno. Estão convencidos de que elas atrapalharão seus candidatos.

Jogo pesado
Circula na Câmara fax anônimo com 18 nomes que seriam parentes do governador Azeredo (PSDB) e funcionários públicos em Minas. Título: "Veja a solução que ele deu para o desemprego de sua família".

Lastro verbal
Quando tentou tirar Rossi da eleição paulista no começo do ano, Maluf (PPB) apresentou milhões de argumentos. Agora, teve de gastar muita lábia, repetindo o mesmo número dos persuasivos motivos para conseguir o apoio do ex-pedetista.

Lastro político
Uma das razões que levaram Rossi a largar o PDT, sigla que controlava depois de construir sua base no Estado: se Maluf levar o governo, pode entrar no PPB ou PFL, de olho em candidatura a prefeito de SP em 2000. Escanteado, Pitta seria convidado para uma secretaria estadual.

Pacote fechado
Pinotti (vice de Rossi) apóia Maluf às 15h, em Ribeirão Preto.

Muito lento
Ontem, quando Maluf já havia fechado com Rossi, Covas ainda corria atrás do ex-pedetista. Tentou falar com ele por telefone, contam auxiliares de Rossi.

Dança dos números
Pesquisa Ibope sobre SP: Maluf tem 45%. Covas, 38%. Brancos e nulos, 10%. Indecisos, 7%.

Volta ao ninho
Rossi será estrela de comerciais de TV de Maluf hoje.

Contra Maluf
Montoro, Erundina e o jurista Goffredo Telles lançam hoje às 11h a "Frente pela Democracia e Seriedade na Vida Pública".

Visita à Folha
O presidente-executivo do Grupo Eternit S/A, Antonio Luiz Aulicino, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado da diretora da Máquina de Notícias, Maristela Mafei.

TIROTEIO

De Montoro, sobre Maluf dizer que recebeu dele, que o sucedeu no governo de SP em 83, um "atestado de idoneidade", alegando que o tucano teria investigado sua administração e não encontrado nada:
- É um mentiroso. Publiquei uma folha corrida sobre o governo do Maluf. A Paulipetro deu prejuízo de US$ 500 mi a SP.

CONTRAPONTO

Levantou a bola
Derrotado na eleição para o Senado pelo Rio de Janeiro, o deputado Moreira Franco (PMDB) encontrou-se ontem na Câmara com um assessor da liderança do PL.
Os dois se cumprimentaram, e o peemedebista brincou:
- Nossa, você emagreceu, hein!?
- É mesmo, o senhor acha? - respondeu o assessor, sem saber se o deputado falava sério ou se estava brincando.
Moreira repetiu o elogio.
Intrigado, o funcionário então resolveu fazer uma piada:
- Acho que emagreci de tanto pedir voto para o senhor. Mas não adiantou.
Moreira aproveitou a deixa e devolveu:
- Acho que, em vez de ficar por aí fazendo regime, você deveria ter ido ao Rio votar no Álvaro Valle. Ele teria sido reeleito.
O assessor ficou sem resposta. Valle, que é presidente do PL, não conseguiu a vaga na Câmara por apenas um voto.



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