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TRANSIÇÃO
Objetivo é fechar contas com folga e permitir uma posse tranquila
Governo apressa fim do ano fiscal para 15 de dezembro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Planejamento
anunciou que o ano fiscal será encerrado antecipadamente neste
fim de governo: para garantir
uma transição tranquila e fechar
as contas com folga, o Executivo
encerrará as contratações de novas despesas em 15 de dezembro.
Os ministérios não poderão empenhar recursos para realização
de obras e serviços ou para compra de produtos depois dessa data. O ano fiscal tradicionalmente
termina no dia 31 de dezembro.
"O objetivo é ter um controle do
processo de fechamento das contas deste ano. São medidas complementares dentro da preparação para a transição de governo
sem atropelo ou imprevistos de
última hora", disse o ministro do
Planejamento, Guilherme Dias.
As duas únicas exceções à nova
regra são empenhos para cobrir
as despesas obrigatórias do governo (funcionalismo, Previdência, dívida, seguro-desemprego,
entre outras) e as que tenham sido
objeto de crédito extraordinário.
Dias afirmou que esses créditos
precisam ser apreciados pelo
Congresso, mas muitos ainda estão pendentes de aprovação.
O Planejamento disse que, de
hoje até o dia 22 deste mês, qualquer contratação de despesa precisará do aval prévio do ministro
da pasta a que o órgão é ligado. A
partir do dia 22, os órgãos federais
estarão proibidos de publicar novos editais de compra de bens e
serviços acima de R$ 30 mil.
Pela quarta vez no ano, o governo liberou ontem mais dinheiro
para os ministérios gastarem até o
final de 2002. Os novos limites para pagamento ampliaram em R$
1,572 bilhão os recursos disponíveis para custeio da máquina administrativa e investimentos.
O Ministério da Defesa e os programas estratégicos do Avança
Brasil foram os setores beneficiados com os maiores valores: R$
404 milhões e 203 milhões, respectivamente. Os ministérios da
Previdência (R$ 124 milhões) e da
Saúde (R$ 96,4 milhões) aparecem em seguida na lista dos maiores volumes liberados.
O secretário de Orçamento Federal, Hélio Tollini, adiantou que
o governo poderá liberar novos
recursos para gastos neste ano
desde que haja um excesso de arrecadação pela Receita Federal.
Apesar das liberações de recursos, os cortes superiores a R$ 15
bilhões realizados pelo governo
no primeiro semestre ainda não
foram recompostos: ainda continuam contingenciados quase R$
10 bilhões. De acordo com o secretário-executivo do Ministério
do Planejamento, Simão Cirineu,
a liberação dos recursos para gastos priorizou áreas muito afetadas
nos cortes do início do ano.
Além de ampliar o limite de gastos, o governo elevou o limite para
empenho neste ano em R$ 1,242
bilhão. A diferença entre os limites de empenho e de gastos de R$
330 milhões servirá para reduzir
os "restos a pagar" (despesas contratadas em um ano, mas só pagas
no exercícios seguinte).
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