DA REPORTAGEM LOCAL

O PT anunciou ontem que uma missão formada por integrantes do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) virá ao Brasil em dezembro para analisar a proposta do partido de combate à fome e os programas existentes no país na área. Segundo José Graziano, coordenador do programa Fome Zero, do PT, serão analisados projetos financiados pelas entidades no Brasil que podem ser redirecionados para a proposta petista de combate à fome.
Ele afirmou que ainda não foi definido quais seriam os programas e se o "redirecionamento" implicaria o fim de alguns projetos bancados pelos organismos.
Ao comentar as críticas do presidente Fernando Henrique Cardoso à distribuição de alimentos em vez de dinheiro, prevista no Fome Zero, disse ser a favor de mecanismos que inibam o uso de recursos para fins diferentes que a compra de comida. "Um motoboy que come uma coxinha pode não ter fome. Mas não tem segurança alimentar", afirmou.

Suplicy
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse ontem concordar com a crítica de Fernando Henrique Cardoso, que chamou de "assistencialista" o Fome Zero.
"Eu sou a favor do pagamento em dinheiro e neste ponto estou de acordo com [a crítica] do presidente, mas acho que ele está aquém do que ele próprio defendeu no Senado em 1991 [quando o foi aprovado o programa de renda mínima de autoria do senador petista]". Segundo Suplicy, apesar de defendê-lo no Senado, FHC demorou sete anos para adotar programas parecidos no governo.