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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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Universidade pública contesta dados de Palocci

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2001 mostram que a renda familiar dos alunos de universidades públicas no Brasil ainda é menor que a de universitários da rede particular.
Enquanto a renda média mensal da família de estudantes das instituições públicas é de R$ 2.433, na particular esse valor sobe para R$ 3.236.
Esses dados são usados pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Superior) para rebater o trecho do relatório do Ministério da Fazenda a respeito das instituições federais.
O documento do governo diz que cerca de 46% dos recursos do governo para o ensino superior beneficiam apenas indivíduos que estão entre os 10% mais ricos da população.
"Não concordo. Pensei que esse discurso tivesse acabado", disse ontem a presidente da Andifes, Wrana Maria Panizzi.
Segundo ela, a entidade deve terminar até o início do próximo ano um perfil socioeconômico dos universitários das 53 instituições federais, que vai ajudar a esclarecer o assunto.
"Se quisermos ter inclusão social duradoura, precisaremos oferecer estudo à população. Sou uma profunda defensora da gratuidade", disse.
Dados da Pnad de 2001, do IBGE, tabulados por Simon Schwartzman, ex-presidente do instituto, apontam que 34,4% dos alunos de instituições superiores da rede pública fazem parte dos 10% mais ricos da população. Quando se trata do sistema privado, esse percentual vai para 50%.
Por outro lado, de cada cem universitários do setor público, 12 estão entre os mais pobres (com renda mensal de R$ 482 ou menos). Nas instituições privadas, a proporção passa para cinco a cada cem alunos.
Medicina e odontologia estão entre os cursos, de 24 analisados no provão, com maior proporção de alunos com renda familiar acima de R$ 2.000 -74,7% e 75,4%, na ordem.
História e pedagogia têm o maior percentual de universitários com renda familiar de até R$ 600 -31,8% e 30,1%.
Os dados são do Exame Nacional de Cursos do ano passado, que avaliou os formandos. (LUCIANA CONSTANTINO)


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