|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo planeja novo IR para 2004
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução das deduções no Imposto de Renda das pessoas físicas
para as faixas de renda mais altas
continua em estudo no Ministério
da Fazenda e pode sair ainda neste ano para vigorar em 2004.
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, sempre disse que
era sua intenção modificar a tabela do IR para que ela se tornasse
mais progressiva. Ou seja, tributar mais quem ganha mais, elevando o número de alíquotas da
tabela.
Mas a tentativa de prorrogar a
vigência da alíquota de 27,5%, por
meio de um projeto de lei, acabou
fazendo com que os congressistas
começassem a discutir novamente a necessidade de correção dos
valores da tabela. A correção, porém, gera perdas de arrecadação
para o governo federal e para os
Estados.
Para mudar o tom da discussão,
o governo poderá aproveitar a
tramitação desse projeto e fazer as
mudanças na tabela.
A Folha apurou que o ministro
já tem vários modelos feitos pela
Receita Federal, mas ainda não se
decidiu por nenhum. De qualquer
forma, estão descartadas a criação
de uma alíquota de 35% e a correção do limite de isenção, que hoje
é de R$ 1.058. Esse total, segundo
os técnicos, já é duas vezes a renda
per capita do país.
A experiência internacional
mostra que a tributação ou começa logo após a faixa correspondente à renda per capita ou não
existe limite de isenção.
Sobre as deduções, o objetivo é
fazer com que pessoas situadas
em alíquotas diferentes tenham a
mesma dedução. Um estudo da
Receita com base na declaração
de 1999 mostra que um contribuinte da alíquota de 15% descontou no máximo R$ 255 de imposto naquele ano. Quem estava na
alíquota de 27,5%, em uma faixa
de renda mais alta, descontou até
R$ 467,50.
No mesmo período, o Fundef
(Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério) garantia R$ 350 por aluno
matriculado em escola pública.
Os técnicos lembram que 18% dos
recursos do Imposto de Renda
destinam-se à educação pública.
Em 1999, o total de todas as deduções somaram R$ 53,6 bilhões,
mas o benefício fiscal, ou seja, a
redução do imposto devido, foi de
R$ 10,3 bilhões. Para 2004, a estimativa é de que apenas as deduções de saúde, educação e dependentes faça com que o governo
deixe de arrecadar R$ 11,7 bilhões.
As pessoas com renda acima de
R$ 10 mil que declararam pelo
formulário completo em 1999
apresentaram uma dedução média de R$ 2.650 -75% das pessoas nessa faixa de renda preferiram declarar por esse formulário
para aproveitar as deduções.
Texto Anterior: Fazenda diz que texto é só diagnóstico Próximo Texto: Universidade pública contesta dados de Palocci Índice
|