DA ENVIADA ESPECIAL A SANTA CRUZ DE LA SIERRA

Durante a abertura da 13ª Cúpula Ibero-Americana, os presidentes dos países membros manifestaram apoio à manutenção da democracia na Bolívia.
Em outubro, um levante popular, que teve como saldo mais de 70 mortos, levou à renúncia do então presidente Sánchez de Lozada. Assumiu o vice Carlos Mesa, que já cogita ficar no poder até 2007, quando acaba o mandato.
Ao desembarcar no país ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu "saudações ao povo boliviano" e disse ter se "empenhado para que a democracia continue na Bolívia".
"Estou seguro de que a realização da cúpula nesse sentido é muito importante porque significa a confiança que todo o mundo expressa no povo da Bolívia."
Os protestos foram deflagrados principalmente após decisão do governo de exportar gás pelo Chile, país com o qual a Bolívia já entrou em guerra e para o qual perdeu sua saída para o mar.
Os presidentes dos 21 países da América Latina, mais Portugal e Espanha, devem assinar hoje a "Declaração de Santa Cruz", documento que disporá sobre mecanismos para promover a diminuição da desigualdade social e tratará da manutenção da democracia na Bolívia.
O presidente mexicano, Vincente Fox, declarou na sua chegada ao país esperar que o encontro sirva como base para a criação de medidas que levem à "inclusão social" na região.
O presidente do Equador, Lúcio Guterrez, falou sobre a "gravíssima crise" econômica pela qual passam os países da região: "Estamos aqui para dar nosso respaldo ao processo democrático e de integração dos nossos países".
A surpresa dessa cúpula foi a ausência do ditador cubano, Fidel Castro, que enviou representante e não divulgou por que não foi.
Diferentemente da maioria dos chefes de Estado, Lula, ao chegar em Santa Cruz, não comentou o problema pelo qual o país passou no mês passado. Com a chave da cidade nas mãos, que havia recebido do prefeito, disse apenas esperar "ter a cidade aberta para voltar outras vezes".


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