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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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CASO CC5

Os oito são acusados de causar prejuízo de US$ 3,5 mi

Força-tarefa denuncia ex-diretor do Banestado, doleiro e mais seis

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de operações internacionais de câmbio do Banestado (Banco do Estado do Paraná) Gabriel Nunes Pires Neto e seis empresários foram denunciados ontem, pelo Ministério Público Federal em Curitiba (PR), por crime contra o sistema financeiro nacional, corrupção ativa e corrupção passiva. Os oito são acusados de causar prejuízo de US$ 3,5 milhões com empréstimos fraudulentos na agência do banco nas Ilhas Cayman.
A fraude foi descoberta pela força-tarefa que investiga as remessas pelo Banestado através da contas CC5 (de não-residentes) para o exterior. Mais de US$ 30 bilhões teriam sido remetidos ilegalmente pelo banco.
A fraude no Banestado das Ilhas Cayman, no entanto, não passou pelo esquema de remessas CC5. Mas foi descoberta após checagem da movimentação de dinheiro das chamadas contas bondes (contas com mais de um correntista) administradas pelo doleiro Alberto Youssef em Nova York.
Na denúncia à 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, os procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima, Vladimir Barros Aras, Luciana da Costa Pinto e Suzete Bragagnolo mostram que as fraudes tiveram início após o governo do Estado do Paraná e a União firmarem acordo para sanear o banco paranaense para o processo de privatização, ocorrida em 2000.
O saneamento determinava que a agência Grand Cayman do Banestado, no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, teria que ser liquidada em 5 de janeiro de 1999.
Mas Gabriel Nunes Pires Neto, diretor do banco na época, concedeu empréstimos a três empresas, no valor total de US$ 3,5 milhões, que tinham data de vencimento marcada para depois do fechamento da agência e nunca foram pagos. Os empréstimos foram feitos sem nenhuma garantia para o banco e com os próprios sócios das empresas como tomadores e avalistas.


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