São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2004 |
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TODA MÍDIA De FHC a Lula
NELSON DE SÁ Mas o velho sonho de FHC continuou, segundo o "La Nación", que deu manchete ontem para a União Sul-americana que deverá surgir no próximo dia 9, no Peru, com novo encontro dos presidentes da América do Sul. Do jornal, animado: - Já foi redigido o preâmbulo que será a sua ata fundamental. Já estão confirmadas as presenças dos dez presidentes. Será um acontecimento histórico, ainda que o funcionamento concreto do bloco regional demande vários anos de árduas negociações. A ata vai afirmar, segundo o "La Nación" e sites latino-americanos de notícias como o Infobae, que o bloco vai combater "a desigualdade, a exclusão social, a fome, a pobreza e a falta de segurança". Em suma, "por ora, é um gesto político de importância que ainda tem tudo para definir". Andou um pouco desde 99, não muito. Mas já é o bastante, segundo o diário argentino, para o sucessor sair cantando vitória sobre FHC: - Para Lula, a União Sul-americana tem um sabor de revanche. O que se alcançou por enquanto "é apenas simbólico", mas o correspondente no Brasil sublinhou que foi a imagem construída de Lula, além do entusiasmo de colegas como o venezuelano Chávez, que fez avançar o projeto: - Favorecido por uma construção midiática quase mítica de sua figura no exterior, Lula conseguiu arrebanhar os países do continente. De todo modo, também conseguiu arrebanhar desconfianças argentinas, pelas reações à "clara liderança do Brasil" expressas ontem por intelectuais como Jorge Castro, do Instituto de Planejamento Estratégico. DO JN AO "DIÁRIO DO POVO" O Jornal Nacional, no sábado, deu manchete dizendo que "a Fiesp critica a decisão do Brasil de considerar a China uma economia de mercado". Mas boa parte da cobertura foi para o pé de jabuticaba e o churrasco que Lula apresentou ao presidente Hu Jintao. "Quem viu disse que os chineses adoraram a carne e repetiram os pratos." Não chegou a tanto, mas o tom da extensa cobertura estatal chinesa ("Diário do Povo", agência Xinhua, Rádio Internacional da China) foi toda simpática, sublinhando os ganhos de Hu Jintao. E sem mencionar a Fiesp -que deve se manter atenta, porque a comentarista Míriam Leitão anunciou na CBN que, depois da China, desembarcam nas próximas duas semanas as delegações da Rússia, da Coréia do Sul, do Vietnã.
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