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Delegado pedirá à Justiça retirada de dados da Folha e prazo maior para investigações
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal pedirá à
Justiça mais prazo para investigar o caso do dossiê que emissários petistas queriam comprar para incriminar políticos
tucanos. No mesmo pedido, a
PF informará ao juiz responsável que os dados relativos à
quebra de sigilo de um telefone
utilizado pela Folha não estão
sob investigação e que, portanto, devem ser retirados do conjunto de documentos que compõem o processo.
O pedido deve ser encaminhado à 2ª Vara da Justiça Federal em Cuiabá até o final da
próxima semana, pois o prazo
anteriormente concedido à investigação termina no dia 26.
Em ofício de 24 de setembro,
o delegado Diógenes Curado,
que comanda a investigação
policial, pediu à Justiça a quebra de vários sigilos telefônicos, entre os quais o de um número fixo utilizado pela Folha
no comitê de imprensa da Câmara dos Deputados e de um
celular utilizado por uma repórter do jornal. Segundo a PF,
os dois números foram encontrados no celular de um dos envolvidos no caso do dossiê.
Na quinta-feira da semana
passada, quando a Folha tornou pública a quebra de sigilo,
o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, disse que o delegado Curado havia cumprido sua missão de investigador e reafirmou
que a Folha e seus profissionais não haviam sido alvo de
investigação.
Na sexta-feira passada, Curado disse que não havia necessidade de retirar as citações.
No mesmo dia, a Folha havia
informado que a PF decidira
pedir à Justiça a retirada, do inquérito, dos dados relativos à
quebra de sigilo telefônico do
jornal, bem como referências à
publicação inseridas no relatório da investigação.
O superintendente da PF em
Mato Grosso, Daniel Lorenz,
disse que o nome do jornal foi
inserido no relatório parcial da
investigação, encaminhado à
CPI dos Sanguessugas, "por
uma questão de transparência". "A quebra foi pedida, autorizada pela Justiça. Os dados
teriam de constar do relatório,
apesar de terem sido imediatamente descartados como linha
de investigação", afirmou.
Mais tempo
Ao pedir a renovação do prazo, a PF frustra expectativas
anteriormente geradas de que a
investigação seria concluída
até o final deste mês, com o
provável indiciamento de parte
dos envolvidos pela prática de
crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro
-e possivelmente também crimes eleitorais.
Segue como um dos pontos
principais da investigação a
análise da quebra de sigilos telefônicos. Anteontem, a PF ouviu, em São Paulo, Ana Paula
Vieira Cardoso, que aparece como dona de um telefone celular
que recebia e realizava ligações
com os envolvidos na tentativa
de compra do dossiê.
Segundo a PF, a linha registrada em nome de Ana Paula
era utilizada por Hamilton Lacerda, ex-coordenador de campanha do petista Aloizio Mercadante. Ana Paula negou conhecer os envolvidos ou ter
vinculação com partidos.
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