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Lula cobrará fidelidade em troca de vagas na Esplanada
Petista deve contemplar todos os partidos, mas quer "responsabilidade" no Congresso
Ontem, presidente recebeu Jorge Viana, cotado para ministério, e Jorge Gerdau, que praticamente descartou ocupar cargo no governo
KENNEDY ALENCAR
EDUARDO SCOLESE
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a auxiliares que atenderá de forma
satisfatória a todos os partidos
da base aliada na montagem do
novo ministério, mas cobrará
"responsabilidades" nas votações no Congresso.
Lula quer evitar os erros do
primeiro mandato, quando, em
várias votações, os partidos
aliados, apesar de comandarem
órgãos do governo, não eram
totalmente fiéis.
O principal alvo será o
PMDB. O petista trabalha para
atrair todo o partido para sua
base de apoio, a fim de contar
com a maioria dos votos dos
peemedebistas no Congresso.
No primeiro mandato, isso
não aconteceu.
Lula tem ouvido o conselho
de ministros para dar ao PMDB
cargos que incluam o partido
nas reuniões de coordenação
do Palácio do Planalto.
Nessa estratégia, um dos nomes cotados é o do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim, que
poderia assumir a articulação
política, hoje comandada pelo
petista Tarso Genro (Relações
Institucionais).
Lula, no entanto, ainda não
está certo sobre quem deve nomear para o posto.
Ontem, ele recebeu o governador do Acre, Jorge Viana, cotado para integrar seu ministério no segundo mandato.
Como tem bom trânsito com
a oposição, Viana também é
visto como um bom nome para
o lugar de Tarso Genro.
O ex-presidente do PT deseja
mudar de pasta. Sua predileção
é assumir o Ministério da Justiça, que ficará vago com a saída
de Márcio Thomaz Bastos. Só
que, além dele, outro cotado
para esse ministério é o ministro do STF Sepúlveda Pertence,
que, hoje, teria mais chances.
Nesse caso, Tarso pode ficar
onde está ou mesmo voltar para o Ministério da Educação,
apesar de Lula já ter sinalizado
que o atual ministro da área,
Fernando Haddad, permaneceria em seu lugar.
Além de Viana, Lula recebeu
ontem o empresário Jorge Gerdau Johanpetter. Cotado inicialmente para assumir um ministério, Gerdau praticamente
definiu com o presidente Lula
que não será ministro.
Gerdau, assim como Jorge
Viana, evitou falar com a imprensa na saída do encontro
com Lula. Ele apresentou a Lula um plano de gestão.
Em reunião à tarde com sua
coordenação de governo, Lula
disse que as conversas sobre
novos ministros somente se
tornarão conclusivas depois de
cuidar do anúncio de medidas
sobre desoneração fiscal, reforma tributária e infra-estrutura,
o que pode ocorrer no final da
próxima semana.
Saídas
Lula também estuda eventuais mudanças em sua equipe
mais próxima de trabalho.
Além do ex-ministro e chefe
do NAE (Núcleo de Assuntos
Estratégicos da Presidência),
Luiz Gushiken, que anunciou
sua saída do governo, seu chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho, também colocou seu cargo
à disposição logo após o segundo turno. Em conversas reservadas, Carvalho tem declarado
que gostaria de "mudar um
pouco de ares", talvez para um
outro setor do governo, como a
área social.
Lula, porém, não quer Carvalho longe do Planalto.
Amigo do presidente, Gilberto Carvalho sairá da chefia de
gabinete apenas na hipótese de
um rearranjo interno na estrutura do Palácio do Planalto.
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