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TCU contesta contrato de licitação para sede do TSE
Obra de R$ 340 milhões seria licitada por outro órgão; TSE altera cláusulas
Tribunal de contas afirma querer evitar a repetição de "irregularidade grave" e vícios detectados em obras públicas de grande porte
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O TCU (Tribunal de Contas
da União) determinou alterações no processo preliminar de
escolha da empresa que construirá a nova sede do Tribunal
Superior Eleitoral, em Brasília,
-estimada em R$ 340 milhões- para evitar a repetição
de "irregularidade grave" e vícios detectados em outras
obras públicas de grande porte.
O TSE foi obrigado a modificar cláusulas de contrato de R$
7,2 milhões com a Companhia
Urbanizadora da Nova Capital
do Brasil (Novacap), à qual encomendara o edital de licitação,
a fiscalização da obra e a execução do procedimento licitatório. Ou seja, essa empresa pública do Distrito Federal iria
designar a comissão de licitação e selecionar a construtora.
O TCU determinou que o tribunal eleitoral faça licitações
autônomas para as obras de
construção e para a aquisição
de equipamentos e serviços.
Reportagem da Folha, de janeiro de 2005, revelou que a
Construtora OAS Ltda., que
construiu a monumental sede
do Superior Tribunal de Justiça, foi contratada sem licitação,
violando a legislação, segundo
o TCU, para comprar e instalar
elevadores, passarelas, poltronas e até mesmo sistemas de
exaustão da cozinha do STJ.
O relator Marcos Bemquerer
Costa, do TCU, alertou que, se
o TSE optar por uma mesma licitação para obras e equipamentos, com "adequada justificativa", deve atentar para que a
taxa utilizada nas obras não incida sobre os equipamentos,
"hipótese que acarretaria elevação artificial dos preços".
O TSE espera ver concluída
até 2009 a construção da nova
sede, numa área de 59 mil metros quadrados, doada pelo governo do Distrito Federal, próxima das sedes do STJ e do Tribunal Superior do Trabalho.
Programada desde 2001, a obra
sofreu contingenciamento e só
veio a ter uma dotação de R$
20 milhões neste exercício.
"O TSE cresceu muito depois
da automação do voto em 1996,
com investimentos em equipamentos e novos servidores. A
atual sede ficou pequena para
essa necessidade", afirmou em
maio de 2005 o diretor-geral
do TSE, Athayde Fontoura.
A auditoria não identificou
problemas no projeto básico
nem no contrato de R$ 5,9 milhões com o escritório de arquitetura de Oscar Niemeyer.
O tribunal não acatou recomendação de sua área técnica,
que propunha a anulação do
edital de pré-qualificação, por
"vício insanável" (a "terceirização" de funções que deveriam
ser desempenhadas pelo TSE, e
não pela Novacap). A anulação
obrigaria a devolução dos recursos orçamentários alocados
para o empreendimento. "Não
foram constatadas irregularidades capazes de obstar a alocação dos recursos orçamentários", decidiu o plenário. O
TCU também acolheu as comprovações do TSE, para afastar
o "indício de sobrepreço no
custo unitário da obra", questão levantada pela área técnica.
O TSE informou ao tribunal
de contas que a comissão de
pré-qualificação e a comissão
de licitação terão servidores do
TSE na presidência e na vice-presidência. Procurado, o TSE
não quis se manifestar.
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