São Paulo, Quarta-feira, 15 de Dezembro de 1999


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GOVERNO
Presidente diz que "excelência" é possível com educação e treinamento de mão-de-obra
FHC defende estabilização da sociedade

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que "estabilizar a sociedade em níveis de excelência" é uma das tarefas mais importantes que ele tem pela frente, ao lado da estabilização econômica.
FHC disse que isso só será possível com melhora no sistema educacional e no treinamento da mão-de-obra.
"Se nós temos uma tarefa importante no nosso país, ela não é só a de estabilizar a economia. Vamos continuar com ela, mas é muito mais do que isso: é estabilizar a sociedade -não nos parâmetros em que ela está hoje, mas quando ela atingir o nível de excelência. E isso só se faz através da educação", disse FHC.
As afirmações foram feitas durante audiência em que FHC recebeu a delegação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) premiada com medalhas de ouro e de bronze no 35º Torneio Internacional de Formação Profissional, realizado em Toronto, no Canadá, no mês passado.
FHC disse que resolveu receber os nove alunos premiados do Senai porque leu sobre o fato na coluna dominical do empresário Antonio Ermírio de Moraes, publicada pela Folha, há duas semanas. Ele aproveitou para fazer uma crítica ao tratamento das notícias por parte da imprensa.
"O que li me chamou muito a atenção, até pelo contraste. O Brasil se classifica dessa maneira imponente e não vejo notícias a respeito. Estou cansado de ver notícias de muitíssimo menor importância, sobretudo se forem tropeços. Eu achei que era meu dever, como presidente da República, me juntar à voz do empresário Antonio Ermírio de Moraes e agradecer a vocês, de público, diante do país, o feito que fizeram."
Segundo FHC, constatar que os premiados tinham pais e avós com baixo nível de escolaridade -que ele disse ter verificado, por intermédio do Senai- é mais uma prova de que "a mobilidade social continua sendo elevada no Brasil".
"O instrumento essencial para que essa mobilidade se mantenha ativa é exatamente o processo educativo", completou.
Antonio Ermírio de Moraes, presente à cerimônia, defendeu a ênfase no processo educacional como forma de escapar do que considerou riscos da globalização. "Ou o Brasil se educa ou, com a globalização, estaremos todos sumariamente perdidos."
O empresário criticou a política de combate ao desemprego do governo.
"A maneira mais rápida de criar empregos é por meio da agricultura. O Brasil está explorando menos de um terço das áreas agricultáveis. Isso significa que nós podemos explodir com nossa agricultura, muito mais dinâmica. Precisamos fazer um esforço maior em relação à globalização, que é um problema muito sério", disse, após o encerramento da cerimônia.


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