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Governo confirma negócio milionário com os russos
Celso Amorim diz que a compra de 30 helicópteros Mi-35 e Mi-171 deve ser concluída
Chanceler Sergei Lavrov diz que país não fomenta uma corrida armamentista e que
não fornece armas a quem viola regras internacionais
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro confirmou ontem que está negociando a compra de helicópteros de
ataque e transporte russos. A
informação, adiantada pela Folha no domingo e negada então
pela FAB, foi dada pelos chanceleres Celso Amorim e Sergei
Lavrov -que ontem se reuniu
com o presidente Lula.
Segundo Amorim, os contatos estão sendo feitos pelas empresas e possivelmente o negócio será concluído. Os helicópteros poderão ser adquiridos
prontos ou montados no Brasil.
O ministro Waldir Pires disse
que as negociações não chegaram ao Ministério da Defesa,
mas participou da reunião com
o ministro russo. Na semana
passada as fabricantes russas
de helicópteros Mil e Ulan Ude
estiveram em Brasília e no Rio.
O valor não foi divulgado. A
FAB queria comprar 30 helicópteros Mi-35 (ataque) e Mi-171 (transporte), o que pode
custar entre US$ 200 milhões e
US$ 400 milhões. "Nunca fornecemos armamentos ou qualquer equipamento a países que
violem as regras internacionais", disse Lavrov, negando
que a venda fomente uma corrida armamentista na região.
América do Sul
A Venezuela fez uma compra
de US$ 3 bilhões da Rússia, incluindo 53 helicópteros similares aos desejados pelo Brasil,
que dão ao país a supremacia na
região amazônica. Além disso,
os dois primeiros caças Sukhoi
Su-30, de um lote de 24, foram
entregues a Caracas nesta semana. Com isso, Hugo Chávez
tem os aviões mais poderosos
da América do Sul.
Chávez procurou a Rússia
porque os EUA vetaram que
componentes militares norte-americanos sejam vendidos a
Caracas. Como quase todo
equipamento militar feito no
Ocidente tem algum componente americano, Moscou virou fornecedor. A Embraer,
com Supertucanos, foi uma das
prejudicadas.
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