São Paulo, Domingo, 16 de Janeiro de 2000


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Venda é alegação mais comum

da Reportagem Local

A venda do veículo sem a transferência do registro de propriedade é a alegação mais frequente entre os deputados que têm veículos não-licenciados ou licenciados de modo irregular.
É praxe no comércio de veículos que o vendedor apenas assine uma autorização para transferência do registro da propriedade do carro e que o comprador fique responsável por transferi-lo.
Alguns deputados enviaram à Folha cópias de suas declarações de Imposto de Renda nas quais consta a informação ao Fisco de que o veículo foi vendido. O procedimento foi adotado pelo deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS), que tem um Verona GLX prata 90 registrado em seu nome. O carro foi licenciado pela última vez em 15 de janeiro de 98, mas tem oito multas de 96 e de 97 que não foram pagas. O débito total do veículo é de R$ 2.154,77.
Raramente os deputados alegaram ter pedido o bloqueio do veículo no Detran, para forçar o comprador a fazer transferência. Essa atitude foi tomada por Campos Machado e Ricardo Tripoli.
Já o deputado estadual Agripino Lima (PTB) afirmou que vendeu em 95 sua BMW vermelha 92. "Esse carro não vale mais nada. Ele entrou como parte de pagamento de um aviãozinho que eu vendi", disse Agripino, que hoje tem um Mercedes-Benz S-500 97. Ele declarou que o comprador do carro morreu e que não tem nenhum comprovante da transação.
Os deputados Valdemar Costa Neto (PL), Arthur Alves Pinto (PL), Claury Alves dos Santos (PTB) e Luiz Carlos Gondim (PV) disseram que vão tomar providências para que seus carros sejam transferidos para as pessoas que pagaram por eles.
Alguns deputados alegaram que não utilizam mais seus veículos para justificar o fato de eles não estarem licenciados.
O deputado estadual Celso Tanaui (PTB) afirmou que seu Monza GLS vermelho 95 está com o motor fundido desde as eleições de 98 e que vai regularizá-lo. O último licenciamento do carro foi feito em 30 de dezembro de 98, mas uma multa que venceu em 8 de outubro de 97 não foi paga, segundo dados da CET.
O deputado estadual Junji Abe (PSDB) disse que seu Chevrolet D-10 vermelho 78 virou sucata em 91. Ele prometeu regularizar a situação do carro no Detran.
O deputado federal Fernando Zuppo (PDT) declarou que questiona as multas que recebeu na Justiça e que tem liminar para licenciar o carro sem pagá-las.
O deputado federal João Paulo (PT) tem um Tipo 1.6 IE cinza 95 que seria usado pela mulher dele. O carro foi licenciado pela última vez em 12 de novembro de 98, mas tinha uma multa vencida em 9 de outubro de 98, que não foi paga, segundo dados da CET. Ele afirmou que recebeu duas multas em 98: pagou uma e havia recorrido da outra. Na quinta-feira, resolveu pagar essa última.
O deputado estadual Duarte Nogueira (PSDB) afirmou que a multa que aparece pendente na CET não consta dos registros do Ciretran de Ribeirão Preto.
O deputado estadual João Caramez (PSDB) disse que a Mobilete 93 que ele comprou para seus filhos foi roubada em 94, mas que ele não registrou o furto. O deputado estadual Turco Loco declarou que não sabia que seu carro não estava licenciado.


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