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Empresa suíça originou processo, diz deputado
DA SUCURSAL DO RIO
O deputado estadual Carlos
Minc (PT-RJ) afirmou ontem que
teve informações de que o processo contra os fiscais do Rio foi desencadeado depois que a filial carioca de uma empresa suíça foi
achacada em US$ 2 milhões.
"A empresa resolveu então comunicar o caso à sua matriz e deu
o número da conta na Suíça em
que fez o depósito para os fiscais.
Daí o caso começou a ser investigado na Suíça", afirmou Minc,
sem revelar o nome da empresa.
Outro caso que pode estar relacionado com a suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo os
fiscais pode ser o de extorsão denunciado pela Light em 1999.
À época, a Light gravou fitas em
que dois fiscais da Fazenda estadual, hoje acusados no novo escândalo, cobram multas de funcionários da empresa. Um intermediário participava do esquema
de cobrança de propina.
Nas gravações feitas pela Light,
um homem identificado como
Romeu Michel Surfan conversa
com funcionários, depois da passagem dos fiscais, para cobrar o
pagamento da propina.
Um dos investigados sob acusação de ter dinheiro na Suíça é Rodrigo Silveirinha Corrêa, subsecretário de Administração Tributária do Estado do Rio na gestão
de Anthony Garotinho (PSB), de
1999 a abril de 2002.
O deputado Minc disse que pedirá ao Ministério Público Estadual uma cópia das fitas, gravadas
durante vários dias pela Light, para que elas sejam analisadas pela
Assembléia Legislativa. Várias
empresas foram extorquidas com
o mesmo esquema, segundo ele.
"Os fiscais do Silveirinha iam lá
e diziam que havia multa. Eles
não pediam dinheiro. Quando
iam embora, chegava esse senhor
e dizia que, para resolver o problema, precisava de US$ 3 milhões. Quando perguntavam se
ele falava em nome dos fiscais, ele
dizia que sim", disse o deputado.
O intermediário conversava
justamente sobre temas que os
fiscais haviam acabado de tratar.
Depois, os fiscais voltavam com
novas cobranças. Segundo Minc,
os fiscais nunca são flagrados cobrando pessoalmente propina,
mas chegam a dizer que conheciam o intermediário. Surfan não
foi localizado ontem pela Folha.
As fitas foram entregues pela
Light, à época, a Garotinho, que as
enviou ao Ministério Público Estadual. A investigação sobre o caso foi arquivada por falta de provas contra os fiscais, segundo o
Ministério Público. A Light informou ontem, por intermédio de
sua assessoria, que não se pronunciaria sobre o episódio e que
já tomou as providências que
considerava necessárias.
(FE)
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