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Dirceu articula apoio ao filho no PR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio às longas negociações
da reforma ministerial, o chefe da
Casa Civil, José Dirceu (Casa Civil), encontrou tempo para tratar
de um tema familiar: a candidatura de seu filho, Zeca, a prefeito de
Cruzeiro do Oeste (PR).
Após um almoço com o governador Roberto Requião (PMDB-PR) e o presidente Lula, Dirceu
disse que o único acerto político
feito à mesa foi o apoio de Requião à candidatura de seu filho.
Zeca (José Carlos Becker Oliveira e Silva) é filho de Dirceu no período em que o ministro viveu
com identidade falsa no Paraná.
Após ter sido banido do país em
1969, em troca da libertação do
embaixador americano Charles
Elbrick, sequestrado pelo MR-8,
Dirceu voltou ao Brasil disfarçado
com uma prótese no nariz e com
o nome de Carlos Gouveia de Melo. No Paraná ele manteve um relacionamento amoroso com Clara Becker, do qual nasceu Zeca.
Zeca já disputou duas eleições.
Em 2000, um ano depois de assumir a presidência do PT em Cruzeiro do Oeste (cidade com cerca
de 20 mil habitantes), ele foi derrotado para vereador. Em 2002,
Zeca concorreu pelo PT a uma vaga na Câmara e também perdeu.
Sua candidatura foi lançada em
junho de 2003, quando o ministro
esteve na cidade. Zeca justificou a
visita do pai em razão de seu aniversário e "eventos com empresários e acadêmicos". Na semana
anterior à visita, Dirceu havia declarado que viajaria para "fazer
comício" para o filho.
Ontem, após a declaração de
Dirceu sobre o acordo, Requião
deu sua versão para a conversa: o
plantio de transgênicos. Sua expectativa é caracterizar o Paraná
como área isenta desse tipo de
cultivo na legislação que tramita
no Congresso sobre alimentos geneticamente modificados. Segundo Requião, o PMDB vem conduzindo de forma correta a negociação para que o partido passe a integrar formalmente o governo.
Elogiando o cardápio (tambaqui e vitela assados, com entrada
de shimeji) -"digno de um chefe
da Casa Civil"-, o governador
paranaense disse ter conversado
com o presidente sobre as dificuldades de mexer em pastas entregues a petistas no início do governo. Ambos teriam concordado
que, em nome do país, tal esforço
precisaria e seria feito.
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