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Petistas querem saída de diretores do banco
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se a autonomia do Banco Central divide os petistas, a permanência ou não da atual diretoria
desperta muito menos polêmica:
a grande maioria defende sem rodeios a substituição total ou parcial dos sete diretores, todos remanescentes do governo FHC.
Pelo menos 34 deputados -a
pergunta não foi feita a todos os
72 ouvidos- cobram mudanças
na cúpula do BC. Cinco dizem
aceitar a permanência deles.
Mesmo alguns dos mais alinhados ao governo, como o presidente da Câmara, João Paulo Cunha
(SP), optaram por não opinar.
A situação tende a ficar mais delicada nesta semana. Com a reabertura do Congresso, o governo
já pode encaminhar ao Senado indicações de eventuais substitutos.
No último debate com a bancada,
no mês passado, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) usou
o argumento da inatividade dos
senadores para pedir tempo aos
deputados que reclamavam da
permanência da diretoria.
Além disso, é grande a possibilidade de, na quarta, o Comitê de
Política Monetária do BC, formado pelos diretores e pelo presidente da instituição, Henrique
Meirelles, aumentar os juros.
"É preciso trocar todos", diz José Pimentel (CE), que, afinado
com a cúpula do PT, defende a autonomia do BC citando um documento de 87 destinado a guiar o
partido durante a constituinte.
A mais visada é a diretora de
Fiscalização, Tereza Grossi, que,
em 99 participou da operação de
socorro aos bancos Marka e FonteCindam. Na CPI dos Bancos, ela
admitiu ter pedido à BM&F uma
carta falando em risco para o sistema financeiro em caso de quebra dos bancos, com a qual o BC
justificou a operação. Meirelles irritou os petistas ao anunciar, em
2002, a permanência de todos os
diretores do BC por tempo indeterminado. "Acreditamos na continuidade", disse na época.
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