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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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Petistas querem saída de diretores do banco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Se a autonomia do Banco Central divide os petistas, a permanência ou não da atual diretoria desperta muito menos polêmica: a grande maioria defende sem rodeios a substituição total ou parcial dos sete diretores, todos remanescentes do governo FHC.
Pelo menos 34 deputados -a pergunta não foi feita a todos os 72 ouvidos- cobram mudanças na cúpula do BC. Cinco dizem aceitar a permanência deles.
Mesmo alguns dos mais alinhados ao governo, como o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (SP), optaram por não opinar.
A situação tende a ficar mais delicada nesta semana. Com a reabertura do Congresso, o governo já pode encaminhar ao Senado indicações de eventuais substitutos. No último debate com a bancada, no mês passado, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) usou o argumento da inatividade dos senadores para pedir tempo aos deputados que reclamavam da permanência da diretoria.
Além disso, é grande a possibilidade de, na quarta, o Comitê de Política Monetária do BC, formado pelos diretores e pelo presidente da instituição, Henrique Meirelles, aumentar os juros.
"É preciso trocar todos", diz José Pimentel (CE), que, afinado com a cúpula do PT, defende a autonomia do BC citando um documento de 87 destinado a guiar o partido durante a constituinte.
A mais visada é a diretora de Fiscalização, Tereza Grossi, que, em 99 participou da operação de socorro aos bancos Marka e FonteCindam. Na CPI dos Bancos, ela admitiu ter pedido à BM&F uma carta falando em risco para o sistema financeiro em caso de quebra dos bancos, com a qual o BC justificou a operação. Meirelles irritou os petistas ao anunciar, em 2002, a permanência de todos os diretores do BC por tempo indeterminado. "Acreditamos na continuidade", disse na época.


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