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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

Youssef nega envolvimento com laranjas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O doleiro Alberto Youssef, 36, afirmou ontem estar sendo "usado como Cristo" pela mídia brasileira. Ele negou controlar contas de laranjas e de ser o responsável pelo envio de remessas, por meio das contas CC-5 (de não-residentes) para o exterior.
"Tudo que está saindo na imprensa está deturpado. Nada é verdade, e eu sou apenas vítima. Parece que sou o único doleiro do país", disse.
Ele desafiou alguém a provar que remessas para o exterior por contas de laranjas sejam de sua responsabilidade.
Youssef disse que a June Participações e a June International são empresas distintas. Ele não chegou a admitir que a offshore June International fosse sua, mas também não deixou claro, durante a entrevista, que não tenha participação na empresa.

Legislação americana
Ao falar das operações das empresas June e de duas outras "offshore" que operariam no Banestado de Nova York, Youssef também foi evasivo, mas disse "que são empresas que trabalham dentro da legislação dos Estados Unidos e nunca movimentaram dinheiro oriundo do Brasil".
"Se houvesse dinheiro sujo, dinheiro vagabundo nessas empresas, o governo norte-americano já teria colocado a mão. São empresas legais, que respeitam a legislação norte-americana. Tudo o que se escreve (na mídia) no Brasil são meras ilações", disse o doleiro.
"Vou te dar um entrevista na íntegra, mostrando minha inocência, assim que meu advogado estiver em Londrina", disse Youssef.
O advogado do doleiro, João Santos Gomes Filho, passou o dia de anteontem em São Paulo, onde foi submetido a uma pequena cirurgia.
"Quero ver alguém provar que qualquer remessa feita ao exterior, seja por laranja ou por empresas legais, tenha tido minha participação", disse.
Ele refutou ainda que os beneficiários dos esquemas de corrupção, em Londrina e em Maringá, operavam contas bancárias que estavam sob seu controle.

Liberdade
"Isso é outro absurdo. Uma prova de que não sou o monstro que dizem é que estou livre", disse o doleiro.
Com relação aos processos que sofre na esfera estadual no Paraná e sobre depoimentos à Polícia Federal, em Londrina e em Belo Horizonte, relativos a operações financeiras irregulares, o doleiro Youssef disse que só comentaria na presença de seu advogado.
(JOSÉ MASCHIO)


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