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OUTRO LADO
Youssef nega envolvimento com laranjas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O doleiro Alberto Youssef,
36, afirmou ontem estar sendo
"usado como Cristo" pela mídia brasileira. Ele negou controlar contas de laranjas e de
ser o responsável pelo envio de
remessas, por meio das contas
CC-5 (de não-residentes) para
o exterior.
"Tudo que está saindo na imprensa está deturpado. Nada é
verdade, e eu sou apenas vítima. Parece que sou o único doleiro do país", disse.
Ele desafiou alguém a provar
que remessas para o exterior
por contas de laranjas sejam de
sua responsabilidade.
Youssef disse que a June Participações e a June International são empresas distintas. Ele
não chegou a admitir que a
offshore June International fosse sua, mas também não deixou claro, durante a entrevista,
que não tenha participação na
empresa.
Legislação americana
Ao falar das operações das
empresas June e de duas outras
"offshore" que operariam no
Banestado de Nova York,
Youssef também foi evasivo,
mas disse "que são empresas
que trabalham dentro da legislação dos Estados Unidos e
nunca movimentaram dinheiro oriundo do Brasil".
"Se houvesse dinheiro sujo,
dinheiro vagabundo nessas
empresas, o governo norte-americano já teria colocado a
mão. São empresas legais, que
respeitam a legislação norte-americana. Tudo o que se escreve (na mídia) no Brasil são
meras ilações", disse o doleiro.
"Vou te dar um entrevista na
íntegra, mostrando minha inocência, assim que meu advogado estiver em Londrina", disse
Youssef.
O advogado do doleiro, João
Santos Gomes Filho, passou o
dia de anteontem em São Paulo, onde foi submetido a uma
pequena cirurgia.
"Quero ver alguém provar
que qualquer remessa feita ao
exterior, seja por laranja ou por
empresas legais, tenha tido minha participação", disse.
Ele refutou ainda que os beneficiários dos esquemas de
corrupção, em Londrina e em
Maringá, operavam contas
bancárias que estavam sob seu
controle.
Liberdade
"Isso é outro absurdo. Uma
prova de que não sou o monstro que dizem é que estou livre", disse o doleiro.
Com relação aos processos
que sofre na esfera estadual no
Paraná e sobre depoimentos à
Polícia Federal, em Londrina e
em Belo Horizonte, relativos a
operações financeiras irregulares, o doleiro Youssef disse que
só comentaria na presença de
seu advogado.
(JOSÉ MASCHIO)
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