São Paulo, terça-feira, 16 de março de 2004

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PAINEL

Onde pegou
No entender do Planalto, a insatisfação de Valdemar Costa Neto com Antonio Palocci tem dois nomes: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Contrariado em seu desejo de indicar diretores nas duas instituições, o presidente do PL pede agora a cabeça do ministro.

Segundo tempo
Depois de alvejar Palocci em entrevista, o PL voltará à carga hoje em comercial de TV: "O setor produtivo quebra, meia dúzia de banqueiros enriquece, enquanto o trabalhador perde o emprego e deixa de consumir".

Questão de princípio
O PL nega motivação fisiológica em suas críticas à política econômica. Acrescenta que o deputado Valdemar Costa Neto sempre condenou o arrocho fiscal.

Custo-benefício
Setores do governo tentam convencer Lula a se livrar do partido do vice José Alencar. Argumento: é pouco voto para muita dor de cabeça.

Bombeiro incendiário
Comentário recém-saído do forno brasiliense de ironias: e pensar que o PT se aliou ao PL para acalmar o mercado...

Origem do massacre
Há quem aposte que o tiroteio interno do governo Lula só terá fim quando forem decididos os candidatos do PT a governador e senador em São Paulo. Até lá, os muito postulantes e os nem tanto continuarão a se matar.

Bolo múltiplo
Não que o clima esteja para muita festa, mas quatro petistas ficam mais velhos hoje: José Dirceu, Jaques Wagner, Marta Suplicy e Ricardo Kotscho.

Veneno partidário
Adversários sugerem que o PFL, se mudar de nome, não adote o pretendido PC (Partido da Cidadania), e sim PG, a saber, Partido de Governo.

Versão oficial
De Waldomiro Diniz para seu advogado, sobre Rogério Buratti, para quem o ex-assessor de José Dirceu teria tentado obter favorecimento em negociação com a GTech: "Não conheço".

De carteirinha
Novo envolvido no caso Waldomiro Diniz, Buratti foi um dos fundadores do PT de Osasco (SP) ao lado do presidente da Câmara, João Paulo Cunha, e do secretário de Organização do partido, Silvio Pereira, próximo do ministro José Dirceu.

Hora do truco
Personagens envolvidos na negociação paulistana entre PT e PMDB avaliam que Orestes Quércia blefa ao ameaçar desistir da aliança porque seu partido não terá a vice de Marta Suplicy.

Base indócil
O cerne do acordo PT-PMDB deverá ser mesmo a chapa conjunta para a Câmara. A cúpula petista diz ter a situação sob controle, mas reconhece que há choro e ranger de dentes entre seus pré-candidatos a vereador.

Só pensa naquilo
Ao exigir prévias para definir o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, Zulaiê Cobra Ribeiro insiste em uma tecla por ela martelada nas últimas três eleições. Nenhuma vez funcionou.

Mais cizânia
Com as fileiras desalinhadas desde a eclosão do caso Waldomiro, o PT viu ruir o consenso também na Assembléia paulista. O partido escolhe hoje seu líder na Casa dividido entre Fausto Figueira e Cândido Vaccarezza.

Visita à Folha
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De José Vicente Brizola, diretor-geral da Lotergs no governo Olívio Dutra, sobre o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ter dito em entrevista que o partido não aceita doações de empresas que exerçam atividades ilegais:
-Esse sr. não pode bancar o arauto da moralidade. Nem me refiro às denúncias que fiz, as quais ainda estão sob apuração. Mas é sabido que a sede do PT em Porto Alegre -deixada às pressas pelo partido- foi paga com dinheiro da contravenção.

CONTRAPONTO

Desmancha-prazeres

Além de conversas sobre a escolha do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o Carnaval de Geraldo Alckmin teve descanso com a família e várias sessões de cinema.
Logo depois do feriado, o governador visitou uma das unidades da Febem na capital. Lá, uma vez cumprida a agenda, iniciou animado papo com repórteres e assessores a respeito dos filmes recém-assistidos, quase todos candidatos ao Oscar.
Entusiasmado em seus comentários, Alckmin não se deu conta do quanto estava revelando sobre os enredos -um romance desfeito aqui, uma morte ali-, até que um de seus interlocutores, em tom de brincadeira, resolveu protestar:
-Mas governador, o senhor está contando o final dos filmes!
Rindo, o tucano encerrou seu momento de crítico de cinema:
-Desculpem. Não vou atrapalhar a diversão de ninguém.


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