DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição quer levar ao Senado dirigentes da Caixa Econômica Federal para darem explicações sobre a prorrogação do contrato entre o banco estatal e a empresa GTech, em abril de 2003, para operação do serviço de loterias.
O senador José Jorge (PFL-PE) apresentou requerimento convidando o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, o vice-presidente da Controladoria, João Dornelles, o vice-presidente de Logística, Paulo Bretas, e o ex-vice-presidente de Logística Mário Haag para prestarem depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos.
Segundo o pefelista, a ida dos dirigentes do banco ao Senado não dispensaria a necessidade de CPI, que tem poderes para quebrar sigilos bancário, fiscal e telefônico. ""Mas eles podem explicar as circunstâncias que justificaram a prorrogação do contrato", disse.
O requerimento terá de ser votado pela comissão. Sendo aprovado, os dirigentes poderão se negar a ir, por se tratar de convite -convocação é só de ministros.
O líder do PFL, José Agripino (RN), também questionou a ligação do ministro Antonio Palocci (Fazenda) com Rogério Buratti, que, segundo depoimento de dirigentes da GTech na semana passada, foi indicado pelo ex-assessor da Presidência Waldomiro Diniz à empresa para prestar consultoria nas negociações com a Caixa. Buratti foi secretário de Governo na primeira gestão de Palocci como prefeito de Ribeirão Preto (SP), entre 1993 e 1996.
"No meu Estado, há uma forma popular de dizer que, quando as pessoas são muito íntimas, elas formam uma corda de caranguejo. Um grudado no outro. Tenho medo de que a corda de caranguejo esteja instalada nesse governo. Essas pessoas de maus hábitos e princípios estão bordejando em volta das pessoas que têm prestígio junto ao Planalto por quê? Só uma CPI pode dar a resposta."
O deputado Arlindo Chinaglia (SP), líder do PT, disse que os fatos novos surgidos em depoimentos provariam que a investigação do governo "é para valer". "Os críticos de sempre diziam ser necessária a CPI. Estamos provando que a investigação é pra valer."


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