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Lula tenta evitar nova paralisia no seu governo
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A aparição de Rogério Tadeu
Buratti como novo personagem
do caso Waldomiro Diniz foi discutida ontem em conversas reservadas do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva com ministros da
cúpula do governo.
Lula pediu que mantivessem a
rotina administrativa para não
haver nova paralisia do governo e
ouviu explicações de Antonio Palocci Filho (Fazenda).
Buratti foi secretário de Governo de Palocci quando o ministro
da Fazenda era prefeito de primeiro mandato em Ribeirão Preto (SP). Palocci demitiu Buratti
em 1994, após acusações de que
ele teria tentado dirigir licitações.
A Lula, Palocci afirmou ser um
conhecido de Buratti, mas não
um amigo dele. Relatou que Buratti tem relações com pessoas de
Ribeirão Preto que hoje trabalham em Brasília e que ele pode
ter tentado tirar proveito disso,
buscando vender uma influência
que não teria.
Palocci negou ter qualquer relação com Buratti para favorecimento em negócios. Contou ainda que recebeu contribuição de
campanha da empresa de lixo na
qual Buratti é vice-presidente, a
Leão Ambiental.
Segundo a Folha apurou, Lula
disse ontem que, na hora em que
julgava que os piores momentos
do caso Waldomiro haviam passado e que a crise dava sinais de
arrefecimento, o governo não podia ser contaminado por novas e
incômodas revelações.
Lula pediu a todos que trabalhassem normalmente e que deixassem a cargo do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e da
Polícia Federal as preocupações
com as investigações sobre Waldomiro, ex-subchefe de Assuntos
Parlamentares da Presidência e
ex-homem da confiança do ministro José Dirceu (Casa Civil). Ou
seja, Lula quer evitar uma nova
paralisia do governo.
Lula participou de duas cerimônias no Palácio do Planalto. Despachou com ministros. Cobrou
de líderes petistas no Congresso a
votação da agenda legislativa do
governo. Viajou para o Rio. Palocci e Dirceu também tiveram
agenda cheia.
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