São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2005

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O ELEITO

"Faço parte da base do governador", diz Garcia

DA REPORTAGEM LOCAL

Eleito à revelia do Palácio dos Bandeirantes, o novo presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia, rechaça a acusação de traição. Ele nega ainda que tenha desrespeitado a orientação do PFL. Além de deputado estadual em segundo mandato, Garcia, 31, é advogado e corretor de imóveis. Foi chefe-de-gabinete da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Paulo quando Gilberto Kassab era o secretário, durante a gestão de Celso Pitta (1997-2000). Leia a seguir trechos da entrevista.
 

Folha - O vice-governador pediu que o senhor desistisse. Por que o senhor manteve a candidatura?
Rodrigo Garcia -
Não houve esse pedido formal. Existiu um pedido de reflexão pelo presidente do meu partido. Tivemos uma decisão da bancada. Quando me lancei candidato com apoio da minha bancada, comuniquei as lideranças do Estado e ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e ao senador Romeu Tuma. Os senadores receberam com entusiasmo a candidatura, com votos de boa sorte. De Gilberto Kassab e de Cláudio Lembo, houve esse pedido de reflexão. Mas sempre com absoluta solidariedade.

Folha - Qual será sua relação com o governador a partir de agora?
Garcia -
Se depender de mim, como sempre foi. Faço parte da base do governador.

Folha - O senhor vai procurá-lo?
Garcia -
Ainda estamos em processo eleitoral. Concluído o processo de votação, pretendemos fazer as visitas protocolares.

Folha - Foi uma derrota do governador?
Garcia -
De maneira nenhuma. Foi um debate interno. Não falamos da relação com o Executivo.

Folha - O senhor não teme uma retaliação contra o PFL na reforma do secretariado?
Garcia -
A questão eleitoral passou. Tenho certeza de que isso valoriza o PFL. A presidência da Assembléia em um Estado importante como São Paulo só valoriza o partido.

Folha - Isso não prejudica uma aliança com 2006?
Garcia -
Fortalece o meu partido no cenário eleitoral que se avizinha.

Folha - O deputado Edson Aparecido diz que o governador foi traído.
Garcia -
Houve um embate eleitoral. A Assembléia tem de estar acima dessa disputa. Sou de outro partido e acho que, com muita legitimidade, o PFL tem o direito de pleitear o que pleiteou. É preciso que se respeite a história do PFL. É preciso que se respeite a minha história, e o resultado está aí.

Folha - Como o senhor recebeu os dois votos do PFL para o Edson Aparecido?
Garcia -
Com tristeza.


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