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O ELEITO
"Faço parte da base do governador", diz Garcia
DA REPORTAGEM LOCAL
Eleito à revelia do Palácio dos
Bandeirantes, o novo presidente
da Assembléia, Rodrigo Garcia,
rechaça a acusação de traição. Ele
nega ainda que tenha desrespeitado a orientação do PFL. Além de
deputado estadual em segundo
mandato, Garcia, 31, é advogado e
corretor de imóveis. Foi chefe-de-gabinete da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Paulo
quando Gilberto Kassab era o secretário, durante a gestão de Celso
Pitta (1997-2000). Leia a seguir
trechos da entrevista.
Folha - O vice-governador pediu
que o senhor desistisse. Por que o
senhor manteve a candidatura?
Rodrigo Garcia - Não houve esse
pedido formal. Existiu um pedido
de reflexão pelo presidente do
meu partido. Tivemos uma decisão da bancada. Quando me lancei candidato com apoio da minha bancada, comuniquei as lideranças do Estado e ao presidente
do PFL, Jorge Bornhausen, e ao
senador Romeu Tuma. Os senadores receberam com entusiasmo
a candidatura, com votos de boa
sorte. De Gilberto Kassab e de
Cláudio Lembo, houve esse pedido de reflexão. Mas sempre com
absoluta solidariedade.
Folha - Qual será sua relação com
o governador a partir de agora?
Garcia - Se depender de mim, como sempre foi. Faço parte da base
do governador.
Folha - O senhor vai procurá-lo?
Garcia - Ainda estamos em processo eleitoral. Concluído o processo de votação, pretendemos fazer as visitas protocolares.
Folha - Foi uma derrota do governador?
Garcia - De maneira nenhuma.
Foi um debate interno. Não falamos da relação com o Executivo.
Folha - O senhor não teme uma
retaliação contra o PFL na reforma
do secretariado?
Garcia - A questão eleitoral
passou. Tenho certeza de que isso
valoriza o PFL. A presidência da
Assembléia em um Estado importante como São Paulo só valoriza o partido.
Folha - Isso não prejudica uma
aliança com 2006?
Garcia - Fortalece o meu partido
no cenário eleitoral que se
avizinha.
Folha - O deputado Edson Aparecido diz que o governador foi
traído.
Garcia - Houve um embate eleitoral. A Assembléia tem de estar
acima dessa disputa. Sou de outro
partido e acho que, com muita legitimidade, o PFL tem o direito de
pleitear o que pleiteou. É preciso
que se respeite a história do PFL.
É preciso que se respeite a minha
história, e o resultado está aí.
Folha - Como o senhor recebeu
os dois votos do PFL para o Edson
Aparecido?
Garcia - Com tristeza.
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