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Foco
Ministra do STF inova ao usar calça comprida em sessão plenária do órgão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Segunda mulher a integrar o
STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Cármen Lúcia
Antunes Rocha quebrou ontem a tradição e, pela primeira
vez, usou calça comprida durante a sessão plenária. Ela estava com calça e blazer pretos
e um colar de pérolas.
Desde maio de 2000, esse
traje já é adotado por deputadas, senadoras, advogadas, jornalistas e demais mulheres interessadas em assistir a sessões plenárias. Até ontem, nenhuma ministra tinha aberto
mão do traje feminino tradicional, o vestido ou a saia.
A tradição contrária ao uso
da calça comprida como traje
feminino existe desde 1828,
quando o órgão foi criado, com
o nome de Supremo Tribunal
de Justiça. Somente em 2000,
o STF liberou o uso da calça
por mulheres e, coincidentemente passou a ter mulheres
na sua composição.
A presidente do STF, Ellen
Gracie Northfleet, chegou ao
tribunal em dezembro de
2000, mas não quis inovar nesse quesito. Ela restringe o uso
da calça comprida às segundas,
terças e sextas, dias em que
não há sessão plenária.
Pouco antes de assumir o
cargo no STF, em 2000, avisou
que seguiria a tradição, em respeito ao "código" segundo o
qual a elegância feminina estaria relacionada ao uso de saia
ou vestido. "Ainda me apego a
códigos démodés", disse durante entrevista. Ontem, ela
elogiou a elegância da colega
quando se encontraram.
O STF condicionou o uso da
calça comprida ao do blazer.
Cármen Lúcia disse que dispensaria o uso do blazer se a
temperatura do plenário não
fosse tão baixa, em torno de 17
graus.
(SILVANA DE FREITAS)
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