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Polêmica do Cingapura é discutida na Justiça
DA REPORTAGEM LOCAL
A Promotoria de Habitação alega na Justiça que 14 dos 47 conjuntos do Projeto Cingapura estão construídos em área irregular
-terrenos públicos que deveriam ser destinados a espaços de
lazer. Por isso, quer que a prefeitura desaproprie uma área equivalente -370 mil m2.
O Cingapura é um programa
municipal de verticalização de favelas criado por Paulo Maluf
(PPB) e usado como bandeira de
campanha de Celso Pitta.
A batalha judicial é consequências do fato de as duas administrações não terem desafetado os terrenos antes da construção.
Desafetar significa delimitar a
área pública para que possa ser
vendida. O processo tem de passar pela Câmara Municipal.
A polêmica em torno da posse
dos apartamentos veio à tona nas
eleições de 1996, quando Pitta enfrentou Luiza Erundina (então no
PT). O PT desmentia a posse. Pitta a defendia, mas sem mostrar
documentos. Só cedeu uma semana antes do primeiro turno. Aí
Maluf entrou em ação.
Primeiro, em 30 de setembro,
retificou os projetos de desafetação de 12 áreas, fazendo com que
passassem a prever a venda em
vez da posse por um século. Depois, determinou a votação.
No dia 6 de novembro, após 21
meses de tramitação, a Câmara
aprovou a desafetação do primeiro desses terrenos, beneficiando
200 famílias. A medida foi largamente comentada por Pitta.
Os demais projetos foram aprovados após a eleição. Mas, além
das 12 áreas, outras 35 têm Cingapura. No segundo caso, o que os
moradores possuem até hoje é
um Termo de Permissão de Uso.
Podem perder o apartamento se
alugarem ou se atrasarem as contas. Se mudarem de cidade, não
há reembolso do que pagaram.
O PT diz que a regularização
desses imóveis é prioridade. Mas
se a Câmara não autorizar a transação por motivos políticos, por
exemplo, nada poderá ser feito.
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