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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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PAINEL

Haja habilidade
O Planalto teme que a reunião de hoje de Lula com os governadores se transforme em um fracasso. Não há consenso sobre as propostas de reformas. A entrega coletiva dos projetos no Congresso hoje pelo presidente e governadores já foi descartada.

Hora da verdade
A maior dificuldade é o PSDB, que recrudesceu sua posição oposicionista. Governadores do NE também estão descontentes -defendem que o ICMS passe a ser cobrado no destino. Além disso, há reivindicações pontuais de muitos Estados.

Na fila
O governador Germano Rigotto (PMDB-RS) cobrará de Lula repasse de R$ 1 bi para obras de conservação executadas em rodovias federais.

Disparidade regional
Geraldo Alckmin disse a Palocci Filho (Fazenda) na semana passada que SP não pode perder recursos com a reforma tributária porque tem "só R$ 1 bilhão para investimentos em 2003". Ronaldo Lessa (PSB-AL), que ouvia a conversa, ironizou: "E eu tenho só R$ 1 milhão".

Evitar o desperdício
A Câmara gastou em março R$ 153,8 mil em passagens aéreas. O valor é quase a metade da despesa do mesmo mês em 2002. A economia ocorreu após a exigência de que as reservas fossem feitas com antecedência pelos parlamentares, a fim de encontrar tarifas mais baixas.

Área limpa
A festa de Tiradentes, com a presença de Lula e Aécio Neves no dia 21, poderá ser transferida do centro histórico de Ouro Preto para o Centro de Convenções. A realização do evento poderia prejudicar o trabalho dos peritos que buscam a causa do incêndio ocorrido anteontem.

Sob suspeita
A Mesa da Câmara decidirá depois do feriado se abre sindicância contra o deputado José Tatico (DF). O parlamentar foi apontado em CPI por supostamente vender em seus supermercados carga roubada.

Situação difícil
A dívida da Polícia Federal no RJ ultrapassa os R$ 4 milhões. Um auditório para 700 pessoas está interditado, sob o risco de desmoronamento.

Pela tangente
José Sarney disse a ACM que ele pode ficar relativamente tranquilo. A Mesa do Senado arquivará a investigação dos grampos ilegais ou, no máximo, recomendará a suspensão de seu mandato. O único risco seria a opinião pública se inflamar, pedindo a sua cassação.

Grampo liberado
Caso a Mesa do Senado arquive o caso dos grampos ou proponha apenas a suspensão a ACM, adversários do pefelista vão recorrer para levar a decisão ao plenário da Casa. Mas o clima entre eles é de pessimismo: como o voto é secreto, acham que o baiano conseguirá escapar.

Visitas à Folha
Benjamin Steinbruch, diretor-presidente e presidente do Conselho de Administração da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.
 
Cassio Mesquita Barros, professor titular de direito do trabalho da USP e membro da Comissão de Peritos da Organização Internacional do Trabalho, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Solange Melendez, da Ex Libris Assessoria e Edições.
 
Edevaldo Alves da Silva, advogado, professor e presidente das instituições UniFMU, UniFiamFaam, Fisp e da Fundação Edevaldo Alves da Silva, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Jair Krischke, conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do RS, sobre a nomeação do delegado Aparecido Calandra, suspeito de envolvimento com torturas durante o regime militar, para um cargo de chefia na Inteligência da Polícia de SP:
- É um acinte contra todos os que lutaram pela democracia neste país. Respeito o Alckmin, mas dizer que Calandra goza o benefício da anistia, mesmo com tantas provas, é cuspir no túmulo de Vladimir Herzog.

CONTRAPONTO

Câmera indiscreta

O presidente do TST, ministro Francisco Fausto, participou ontem de um discussão sobre trabalho escravo na TV Justiça. Os outros debatedores eram o juiz federal Flávio Dino, a representante da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Patrícia Audi, e o advogado Roberto Caldas.
Antes de começar o programa, Fausto teve de ser maquiado pela produção da TV para reduzir o brilho do rosto. Nordestino de Areia Branca, interior do Rio Grande do Norte, o ministro concordou com a maquiagem, mas foi logo avisando:
- Só não pode passar batom.
Ao final dos retoques, Fausto virou-se para o juiz Flávio Dino, também sendo maquiado em frente às câmeras, e brincou:
- Meu medo é a câmera estar aberta e o povo de Areia Branca assistir a essa cena. Se isso acontecesse, nunca mais recuperaria minha imagem pública.


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