DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em audiência na Câmara, o ministro Guido Mantega (Planejamento) justificou os gastos com o novo avião presidencial, chamando o atual de "sucata voadora".
Deputados da oposição reclamavam que o governo concentrou até agora os investimentos do Orçamento no novo avião. Segundo reportagem da Folha, o avião consumiu 75,6% desses gastos até 11 de março. O preço dele é de R$ 166,7 milhões.
Mantega disse que o dinheiro para o pagamento do avião também custeava a compra de outras sete aeronaves para a Força Aérea Brasileira e que ele tinha medo de voar nos aviões atuais. "É uma vergonha deixar o presidente voar num avião desses. Eu não me arrisco."
O ministro fez uma brincadeira indelicada sobre experiência do ex-diretor-gerente do FMI Horst Köhler, que usou um dos aviões antigos neste ano. "Outro dia teve um problema com o diretor-gerente do FMI. Tinha gente que torcia para que caísse."
O chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, Telles Ribeiro, disse que nenhuma aeronave da FAB decola violando qualquer norma de segurança.
Sobre a crise de confiança de 2002, Mantega afirmou que o governo récem-eleito tinha poucas opções: "Analisamos outros caminhos, a centralização cambial [operações de compra e venda de dólares teriam de ser autorizadas pelo Banco Central] e etc. Mas tudo isso era considerado loucura". A medida não foi adotada. (SM)

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