São Paulo, sábado, 16 de abril de 2005

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PAINEL

Telefone vermelho 1
Pouco antes da invasão de anteontem ao Ministério da Fazenda, o líder do MLST Bruno Maranhão telefonou para a Secretaria-Geral da Presidência e conversou com o chefe-de-gabinete de Luiz Dulci, Luiz Tadeu Rigo.

Telefone vermelho 2
Maranhão deu ciência da operação ao Palácio do Planalto e pediu que a polícia do Distrito Federal ficasse afastada do local. Do contrário, avisou o líder do MLST, haveria enfrentamento.

Petistas históricos
Integrante do Diretório Nacional do PT, Maranhão compôs, ao lado de Manoel da Conceição, outro líder nacional do MLST, a primeira chapa majoritária do partido em Pernambuco. Em 1982, foi candidato a senador, e o colega, a governador.

Parente é serpente
Entre as façanhas de Bruno Maranhão está a invasão, em 1992, de um engenho pertencente a seu irmão. A propriedade virou um assentamento do MLST.

Fuga estratégica
De um deputado petista, sobre a alegada recusa de Lula em retomar discussões sobre a reforma ministerial: "Para escapar desse assunto, só se o presidente tivesse ido da África para a Ásia, em vez de voltar ao Brasil".

Escalada ministerial
Ao assumir a Presidência, em 1964, Castello Branco tinha 19 ministros. José Sarney tomou posse em 1985 com 27. Em 1995, começo do primeiro mandato de FHC, eram 28. Sob Lula, a Esplanada inchou inicialmente para 34 postos. Hoje são 36.

Segunda época
O curso de economia da faculdade recifense Esuda, usado por Severino Cavalcanti para justificar a nomeação do filho para cargo no Ministério da Agricultura, obteve conceito D nas quatro últimas avaliações do Provão. Pelas regras do programa, hoje substituído pelo Enade, poderia ter sido fechado.

Nada feito 1
Renan Calheiros (PMDB-AL) deve indeferir na próxima semana requerimento do senador Antero Barros (PSDB-MT) para que os documentos referentes às quebras de sigilo obtidas pela CPI do Banestado sejam enviadas ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles.

Nada feito 2
Parecer nas mãos do presidente do Senado diz que, como a CPI não foi concluída, os sigilos têm de ser mantidos. Fonteles avisou que, caso não lhe entreguem os documentos, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal.

Passagem secreta
Pelo menos duas caixas de documentos recebidos pela CPI do Banestado continuam lacradas depois que a disputa PT-PSDB interditou as investigações. Estão na sala-cofre do Senado, que de inviolável não tem nada.

Vara curta
A declaração do diretor da ANP, Haroldo Lima (PC do B), de que governo deveria desistir da indicação de José Fantine para o seu cargo, despertou a ira de José Dirceu. O ministro vai se empenhar pessoalmente pela aprovação do nome de Fantine no plenário do Senado.

Dose de otimismo
No entender do Campo Majoritário, mesmo que o Movimento PT lance candidato à presidência do partido, pode acabar apoiando José Genoino mais à frente. A senha para o acordo seria uma punição não mais do que branda a Virgílio Guimarães (MG), membro da ala.

Língua solta
Depois de ter criticado a viagem de Lula à África, Luiz Furlan (Desenvolvimento) irritou o Itamaraty ao elogiar, em entrevista à BBC Brasil, o francês Pascal Lamy, que disputava com Luiz Felipe Seixas Corrêa a direção-geral da OMC. Ontem, o brasileiro deixou a disputa.

TIROTEIO

Do presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), sobre a rejeição, por comissão do Senado, do nome indicado pelo governo para presidir a ANP:
-O PMDB do Senado está perdendo a compostura. Enquanto Renan Calheiros critica Severino Cavalcanti, os senadores dão show de fisiologismo. Severino ao menos é autêntico.

CONTRAPONTO

Príncipe submarino

Pouco mais de um mês após assumir, em 1993, a prefeitura de Franco da Rocha (SP), o petista Mário Maurici Morais enfrentou seu primeiro teste.
Uma tromba d'água desabou sobre a cidade, alagando ruas e fazendo um rio transbordar. Preso no gabinete, o prefeito viu que a única atitude a tomar era usar o equipamento do município para resgatar as vítimas.
Acompanhado de dois funcionários, Morais foi de barco até um albergue onde estavam ilhados os convidados de um casamento que ocorrera ali perto.
Quase todos subiram no barco, à exceção de uma mulher grávida, que teve medo.
O prefeito então entrou na água e pegou a mulher no colo.
Sem identificar o herói, a resgatada praguejou:
-Ainda bem que você veio aqui me ajudar, porque se eu fosse depender do infeliz do prefeito estaria perdida.


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