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RUMO A 2006
"Temos de manter a unidade até setembro", afirma ex-prefeita
Marta pede trégua a petistas
pré-candidatos ao governo
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A ex-prefeita Marta Suplicy,
pré-candidata ao governo de São
Paulo pelo PT, defendeu ontem
uma trégua entre os três postulantes petistas à vaga até, pelo menos,
a realização do PED (Processo de
Eleição Direta), que ocorrerá em
setembro. O PED renovará o comando do partido em nível nacional, estadual e municipal. Os outros pré-candidatos são o senador
Aloizio Mercadante e o deputado
federal João Paulo Cunha.
"Temos de manter a unidade
até depois do PED e, depois, no
fim do ano, poderíamos avaliar
qual dos três teria muito mais
condições do que os outros para
poder ser o candidato", defendeu
a ex-prefeita. "Se acharmos que
nenhum dos três tem uma condição a mais tão evidente para essa
disputa, faremos a prévia."
Marta tem priorizado visitas às
prefeituras do interior porque, segundo ela, enquanto foi prefeita
não teve tempo para percorrer o
Estado. Disse que andará pela capital paulista a partir de junho.
Os três pré-candidatos participaram ontem de um seminário
sobre planejamento e execução
orçamentária promovido pelo gabinete do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). Em público, houve
troca de elogios entre eles.
Antes de começar seu discurso,
Marta chamou Mercadante de
"leão", por sua atuação no Senado
em defesa do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva e disse que
João Paulo "é muito querido" no
Estado. "Não deveria lhe fazer
muito elogio agora porque talvez
lhe incentive mais ainda, mas você é muito querido no interior",
disse, em tom de brincadeira.
Mercadante, que foi o primeiro
a falar no seminário, elogiou a administração da ex-prefeita e citou
vários programas adotados por
ela e classificou João Paulo como
"amigo". Ele disse que até agora
tem havido um bom relacionamento entre eles.
O senador afirmou que tem trabalhado pelo governo no Senado
e, por causa disso, não tem tido
tempo para se dedicar à sua pré-campanha. Nos fins de semana ou
dias em que não há votação no
Congresso, porém, ele tem participado de encontros, sobretudo
com sindicalistas, com quem,
afirma, tem obtido apoio. Na
quinta-feira, o senador participou
de um encontro da CUT (Central
Única dos Trabalhadores) em
Serra Negra. Ontem à tarde, ele
iria para Sorocaba, em um evento
por conta dos 25 anos do PT.
Para João Paulo, "neste momento é importante organizar o
processo de escolha do candidato". Ele sugeriu que seja feito um
estudo da imagem do governador
Geraldo Alckmin (PSDB) e de seu
governo, além da discussão do
perfil de candidato que o PT quer
para enfrentar o PSDB no Estado.
"Não se pode escolher o candidato levando-se em consideração
apenas um critério." O deputado
afirmou que terá "um comportamento ético com os companheiros de disputa" e espera recíproca.
No seminário, ele propôs a realização de uma marcha rumo ao
Palácio dos Bandeirantes, sede do
governo estadual, para cobrar repasses de recursos para as prefeituras paulistas. "Não adianta ir a
Brasília. Faz 12 anos que o governo estadual só repassa viaturas e
ambulâncias aos municípios",
disse o ex-presidente da Câmara,
para uma platéia de cerca de 200
pessoas, a maioria prefeitos, vices
e vereadores do PT. "Faz-se muita
política em São Paulo, mas pouca
obra", criticou João Paulo.
O secretário da Casa Civil de
Alckmin, Arnaldo Madeira, disse
que o deputado está "desinformado". "Como alguém que quer ser
candidato a governador não sabe
o que se passa no Estado?" Segundo ele, Alckmin está investindo
neste ano R$ 7 bilhões, entre administração direta e indireta.
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