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RUMO A 2006
Potenciais candidatos à Presidência pelo PSDB elegem ineficiência de gestão que haveria no governo Lula como centro do debate
Estratégia tucana é rotular PT de ineficiente
JULIA DUAILIBI
DA ENVIADA ESPECIAL A UNA (BA)
Governadores tucanos potenciais candidatos à sucessão presidencial de 2006 tentarão lucrar
politicamente com a discussão
sobre contratações de servidores e
aumento de gastos públicos. O
objetivo é colar no PT o carimbo
da "ineficiência administrativa".
Enquanto o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se
esforça para responder aos ataques de inchaço da máquina pública, os tucanos criticam o que
chamam de má gestão das verbas.
"O debate vai ser construído em
torno da eficiência. Se queremos
construir uma alternativa sucessória viável, é preciso mostrar à
população que temos melhor capacidade de gestão do que aqueles
que estão no poder", afirmou o
governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
O mineiro participou ontem, ao
lado dos governadores tucanos de
São Paulo, Geraldo Alckmin, e
Goiás, Marconi Perillo, do Fórum
Empresarial de 2005, realizado na
ilha de Comandatuba, na Bahia.
"O que nos preocupa é o fato de
que os gastos correntes no governo federal estão crescendo: previdência, pessoal e custeio. E os investimentos, baixos", disse Alckmin. "Você não tem governo ético
ineficiente. Eficiência no gasto
público, com menos dinheiro, para fazer mais. Esse é o grande debate à medida que as questões
macroeconômicas não são iguais
[entre PT e PSDB], mas as diferenças diminuíram", completou.
"Em relação ao debate de 2006,
posso adiantar que um dos principais parâmetros será a eficiência
na gestão", emendou Perillo.
Participaram do evento cerca de
320 executivos de firmas nacionais, ou 35% do PIB, como divulgou a Lide (associação de empresários que organiza o encontro).
No jantar de anteontem, alguns
executivos tentaram lançar Alckmin como candidato à Presidência. Questionado sobre a empolgação, o governador brincou: "Tinha uma claque grande de Pindamonhangaba [cidade paulista onde iniciou a carreira política]".
Recursos
Excluindo os juros, os gastos da
União passaram de R$ 259 bilhões, em 2003, para R$ 306 bilhões em 2004. As despesas com
pessoal aumentaram 12,4%.
"Minas tem feito enorme esforço nessa direção, de enxugamento da máquina, mas era necessário que no plano federal houvesse
maior rigor do controle dos gastos. Estamos assistindo ao crescimento do custeio da máquina,
cargos novos sendo criados numa
linha inversa do que fazemos nos
Estados", afirmou Aécio.
Ao lado dos tucanos, os governadores da Bahia, Paulo Souto
(PFL), de Mato Grosso, Blairo
Maggi (PPS), e do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB),
pediram a desconcentração da arrecadação. "Temos de descentralizar o poder de Brasília", disse
Maggi, que chegou a chamar a Funai de incompetente, ao relatar a
questão dos índios em seu Estado.
Horas depois das declarações
feitas pelos tucanos, o ministro
Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão
Estratégica) rebateu as críticas.
Em palestra aos empresários,
disse: "Isso faz parte da disputa
política. (...) Vai ser muito fácil
mostrar que o nosso governo é
muito mais eficiente do que o deles. Eles deixaram esse país em
um estado de bancarrota que
quem reviu fomos nós", disse o
ministro ao defender o governo.
O ministro Luiz Gushiken completou a defesa dizendo que "a
melhor medida de eficiência é o
fato de que colocamos o país nos
trilhos. Essa bandeira [tucana]
não tem nenhuma base real de
sustentação de longo prazo".
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