DA SUCURSAL DO RIO

Uma passeata contra a "violência do Estado e das elites", organizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e por moradores de favelas do Rio de Janeiro, reuniu 1.200 pessoas ontem, segundo os organizadores, no centro da cidade. Os manifestantes seguravam cartazes com frases em inglês, que traziam no verso a tradução em português.
"Nossos filhos estão sendo executados", "Brasil: onde poucos têm muito e muitos não têm nada!!" e "A certeza da impunidade é que gera violência" estavam entre as mensagens escritas em inglês.
A brasileira Marta Deyhle, integrante da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, disse ter escrito os textos.
Nascida no morro do Borel (zona norte), ela mora na Suíça. Seu filho, Carlos Magno Oliveira Nascimento, que se mudou para a Europa com ela aos nove anos e voltou ao Brasil aos 18, foi assassinado por policiais em 2003.
"No exterior, quando pensam no Brasil, eles pensam em samba, futebol e Carnaval. Mas o Brasil é samba, futebol, Carnaval e chacina", ela disse.

Carajás
Um dos objetivos da manifestação de ontem era chamar a atenção para os nove anos da chacina em Eldorado do Carajás, no Pará, onde 19 sem-terra morreram em um confronto com a Polícia Militar.
Deyhle declarou esperar que, com mensagens em inglês, a opinião pública internacional possa pressionar os brasileiros.


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