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Painel
Troco federal
Um grupo significativo de senadores insatisfeitos com a reforma ministerial vai apoiar a
reeleição de ACM à presidência
da Casa. Parte deles não votaria
pela recondução do pefelista,
mas agora todos querem quem
mais pode incomodar FHC.
Problemas em 99
Um político próximo a FHC
diz que, no início do governo, o
presidente julgava ACM um
aliado que criava problemas
quando lhe era conveniente.
Hoje, FHC o julga um adversário que o apóia quando lhe é
conveniente. Mas nunca o presidente dirá isso publicamente.
Brasil real
FHC foi avisado anteontem de
que a seca no Ceará, Rio Grande
do Norte e Paraíba está provocando saques a armazéns no sertão. Os governadores Tasso, Garibaldi e Maranhão pediram
ação federal contra o problema.
Piquete educado
Assessores parlamentares da
Fazenda fizeram corpo-a-corpo
ontem com deputados para evitar quórum da Comissão de Fiscalização que votaria a convocação de Malan para explicar déficit de 97. Apesar de os assessores
terem sido vistos, o ministério
nega o lobby de corredor.
Tiro pela culatra
Presidente do PSDB, Teotônio
Vilela chegou triste a Brasília
ontem. A ida do peemedebista
Renan Calheiros para a Justiça
deveria ter aberto caminho para
sua candidatura ao governo alagoano. Mas o novo ministro resolveu não ajudar em nada.
Vazio operacional 1
O líder tucano Aécio Neves diz
que Serjão estava fechando as
alianças do PSDB no Paraná,
Maranhão, Mato Grosso do Sul
e Rio Grande do Norte.
Vazio operacional 2
Exemplo da falta que Sérgio
Motta faz ao PSDB: o PPB topa
se aliar aos tucanos na eleição
para o governo do Paraná, mas
em troca quer a presidência da
Telepar. A negociação está parada. Só que falta alguém no governo para bater o martelo.
Vitória numérica...
Leitura política do placar da
cassação de Sérgio Naya feita
por caciques do Congresso: foi
quase um desagravo ao deputado e uma vitória política do baixo clero da Câmara. A cassação
passou por pouco, o que escancara o corporativismo da Casa.
...mas fiasco político
Os 163 votos contra a cassação
de Naya, somados às 21 abstenções e 10 votos brancos, mostram que 184 parlamentares tentaram livrar a cara do deputado.
Ou seja: 36% da Câmara queriam a impunidade, fora quem
não registrou presença. Os 277
votos pró-cassação somam 54%.
Só pela aparência
Um líder governista diz que
boa parte dos 277 votos pela cassação de Sérgio Naya foi dada
sem convicção nenhuma. Apenas ocorreu por necessidade de
dar satisfação à opinião pública.
Mercado agitado
O PT está para decidir qual publicitário fará a campanha de
Marta Suplicy ao governo paulista. Até o começo da semana
havia dois no páreo: Sebastião
Teixeira (que sairia da Denison)
e José Maria Braga (MPI). A tendência é fechar com Teixeira.
Mau presságio
José Aníbal (PSDB-SP) decidira marcar para a próxima quarta
a votação do processo de cassação dos deputados pianistas na
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Desistiu, depois
de se convencer de que não há
jeito de reunir quórum suficiente para realizar a sessão.
Guerra de números
Para rebater pesquisa de deputados do PPB pela qual Oscar
Schmidt bateria Eduardo Suplicy na disputa ao Senado, Antonio Palocci, presidente do PT
paulista, diz que, pelos número
do partido, Suplicy teria 44%
dos votos e Oscar, só 5%.
Visita à Folha
Presidente da ABL (Academia
Brasileira de Letras), Arnaldo
Niskier visitou ontem a Folha,
onde foi recebido em almoço.
Estava acompanhado do consultor Ney Figueiredo.
TIROTEIO
De João Paulo (PT-SP), sobre
ACM ter dito que, se fosse o responsável pelo governo, acabaria
com MST e UDR "num só dia":
- Por mais que tente esconder o seu passado, ACM sempre
tem as suas recaídas. A saudade
que sente da época da ditadura
militar, quando a sociedade não
podia se organizar, deve ser
muito grande.
CONTRAPONTO
Manda quem pode
Ontem, os deputados federais Fetter Júnior (PPB-RS), Valdir Colatto (PMDB-SC) e Arlindo Vargas (PTB-RS) acompanharam o presidente da Farsul
(Federação da Agricultura do
Estado do Rio Grande do Sul),
Carlos Sperotto, em uma visita a
Milton Seligman (Incra).
Sperotto foi reclamar dos critérios usados pelo órgão dirigido
por Seligman no recadastramento de propriedades rurais
no Rio Grande do Sul.
No meio da reunião, um deles
lembrou que tinham que ir à Câmara registrar presença. Senão,
poderiam ser acusados de contribuir para a eventual não cassação de Sérgio Naya e ainda teriam um desconto de R$ 600.
Quando ele ameaçou levantar,
o empresário falou:
- Fique aí e espere eu acabar
de falar. O dia de vocês eu pago.
Eles obedeceram e só foram
para a Câmara registrar presença após a fala de Sperotto. Mas
ainda voltaram a tempo de continuar a reunião.
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