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Para mercado, Light
ganha e SP perde
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
A Light foi a grande vencedora e
o governo do Estado de São Paulo,
o perdedor. Essa foi a avaliação do
mercado financeiro sobre a venda,
sem ágio, da Eletropaulo Metropolitana, e do leilão frustrado, sem
comprador, da Empresa Bandeirante de Energia.
As ações da Light, após a compra
da Metropolitana, subiram mais
de 6%, chegando a se destacar como a maior alta do índice Bovespa.
Fecham com alta de 4,9%, contra
0,23% da Bolsa de São Paulo.
Os papéis das quatro empresas
resultantes da cisão da Eletropaulo despencaram logo após o leilão.
A Bandeirante, não vendida, chegou a cair 5%. Fechou com baixa
de 4%.
As ações da EPTE (Empresa
Paulista de Transmissão de Energia), que teve leilão de 49% de suas
ações cancelado anteontem também por falta de comprador, caíram mais de 14,6%, para fechar
com baixa de 4%.
A outra "filhote" da Eletropaulo,
a Emae (Empresa Metropolitana
de Águas e Energia), de geração de
energia, que não será vendida por
enquanto, teve desvalorização de
5% em seus papéis, que fecharam
estáveis.
A privatizada Eletropaulo Metropolitana teve queda menor, de
0,89%, e fechou com alta de mais
de 1%. Depois do impacto inicial
da ausência de ágio no leilão, o
mercado passou a avaliar que a
empresa tende a se valorizar nas
mãos do setor privado.
O índice Bovespa, levado majoritariamente pelo movimento das
ações da Telebrás, chegou a cair
0,89% com os leilões frustrados.
Os analistas esperavam ágio de
pelo menos 20% na Eletropaulo
Metropolitana e que o VBC (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), consórcio que comprou a
CPFL, entrasse no leilão.
"O impacto foi muito negativo.
O temor é que o governo paulista
não consiga vender as demais
energéticas, inclusive a Cesp, que
está com problemas na Comissão
de Valores Mobiliários", disse Manuel Maceira, administrador de
recursos do Banco Bandeirante.
Os especialistas descartam, no
entanto, falta de financiamento ou
de recursos dos compradores por
conta da crise asiática. "O BNDES
financiou 50% do valor da Metropolitana, outros 30% poderiam ser
pagos com os papéis da Companhia Paulista de Ativos, já adquiridos, e os consórcios estavam com
seus projetos de financiamento fechados", afirmou Graça Paiva,
analista-chefe da Ativa Corretora
de Valores.
"Os boatos são de que a Bandeirantes e a Metropolitana estavam
muito caras e que os fundos de
pensão tinham um passivo que só
viria a aparecer depois", disse Alexandre Souza, analista do Bozano,
Simonsen.
Segundo ele, outra hipótese para
o fracasso dos leilões é que os poucos interessados tenham se unido
para depreciar mais as energéticas
antes de comprá-las.
Que a Light fez um bom negócio,
não havia dúvidas. "A Light comprou barato uma empresa de muito potencial, que atua no maior
mercado do país, a cidade de São
Paulo", disse Souza.
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