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Empresa vai
fazer uma
auditoria
em São Paulo
A direção da Light não quis se
comprometer com metas de qualidade para seus serviços em São
Paulo antes de fazer uma auditoria
interna na Metropolitana.
O presidente do conselho de Administração da empresa, Luiz David Travesso, disse que a auditoria
ficará pronta em 90 dias e, então, a
Light apresentará seu plano de
ação aos paulistanos.
Assim que foi confirmada a vitória da empresa no leilão, a direção
da Light deu uma entrevista no auditório da Bolsa de Valores de São
Paulo e foi bombardeada com perguntas sobre a má qualidade dos
serviços no Rio e sobre os riscos de
o mesmo acontecer em São Paulo.
O executivo atribuiu parte dos
problemas no Rio à '"ação de
Deus", referindo-se ao calor que
provocou um aumento de 22% no
consumo de energia no verão.
Disse que parte dos problemas se
deve à insuficiência dos investimentos no passado. Segundo ele,
os atuais controladores estão investindo US$ 900 milhões na Light
até o ano 2000, quando o edital de
privatização dizia que seriam necessários apenas US$ 300 milhões
nesse período.
O edital da Metropolitana, segundo ele, prevê a necessidade de
investimentos de US$ 500 milhões
até o ano 2000.
Travesso também não quis fazer
declarações sobre a possibilidade
de demissão de pessoal.
A Light, segundo Travesso, pagará metade do valor da compra
(R$ 1 bilhão) com empréstimo do
BNDES e buscará o restante dos
recursos no mercado internacional. O governo permite que o vencedor pague até 30% do valor com
debêntures da Companhia Paulista de Ativos, que são comercializadas na Bolsa com desconto de
10%. Segundo Travesso, a Light
vai aproveitar essa prerrogativa e
usará recursos externos para comprar as debêntures no Brasil.
O executivo disse que a ausência
de ágio na privatização da Metropolitana indicaria que o governo
de São Paulo fixou um preço mínimo próximo do real.
Com a compra da Metropolitana, a Light passa a deter 20% da
distribuição de energia em âmbito
nacional e com isso, segundo Travesso, a empresa atinge o limite
máximo de participação admitida
pelo governo federal.
Disse que, a partir de agora, a
Light não mais participará de leilões de estatais de distribuição de
energia e que seu foco estará nas
empresas de geração.
(ELVIRA LOBATO)
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