São Paulo, quinta, 16 de abril de 1998

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Empresa vai fazer uma auditoria

em São Paulo

A direção da Light não quis se comprometer com metas de qualidade para seus serviços em São Paulo antes de fazer uma auditoria interna na Metropolitana.
O presidente do conselho de Administração da empresa, Luiz David Travesso, disse que a auditoria ficará pronta em 90 dias e, então, a Light apresentará seu plano de ação aos paulistanos.
Assim que foi confirmada a vitória da empresa no leilão, a direção da Light deu uma entrevista no auditório da Bolsa de Valores de São Paulo e foi bombardeada com perguntas sobre a má qualidade dos serviços no Rio e sobre os riscos de o mesmo acontecer em São Paulo.
O executivo atribuiu parte dos problemas no Rio à '"ação de Deus", referindo-se ao calor que provocou um aumento de 22% no consumo de energia no verão.
Disse que parte dos problemas se deve à insuficiência dos investimentos no passado. Segundo ele, os atuais controladores estão investindo US$ 900 milhões na Light até o ano 2000, quando o edital de privatização dizia que seriam necessários apenas US$ 300 milhões nesse período.
O edital da Metropolitana, segundo ele, prevê a necessidade de investimentos de US$ 500 milhões até o ano 2000.
Travesso também não quis fazer declarações sobre a possibilidade de demissão de pessoal.
A Light, segundo Travesso, pagará metade do valor da compra (R$ 1 bilhão) com empréstimo do BNDES e buscará o restante dos recursos no mercado internacional. O governo permite que o vencedor pague até 30% do valor com debêntures da Companhia Paulista de Ativos, que são comercializadas na Bolsa com desconto de 10%. Segundo Travesso, a Light vai aproveitar essa prerrogativa e usará recursos externos para comprar as debêntures no Brasil.
O executivo disse que a ausência de ágio na privatização da Metropolitana indicaria que o governo de São Paulo fixou um preço mínimo próximo do real.
Com a compra da Metropolitana, a Light passa a deter 20% da distribuição de energia em âmbito nacional e com isso, segundo Travesso, a empresa atinge o limite máximo de participação admitida pelo governo federal.
Disse que, a partir de agora, a Light não mais participará de leilões de estatais de distribuição de energia e que seu foco estará nas empresas de geração.
(ELVIRA LOBATO)



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