São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2001

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ENCONTRO VERMELHO

Comitiva petista chegou ontem a Pequim em viagem oficial

China é exemplo de soberania, diz Lula

ANTONIO CAEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DA AGÊNCIA LUSA

Ao desembarcar ontem na China, o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva disse que o país asiático é um exemplo para o Brasil. "A China tem papel estratégico no mundo e demonstra como é possível participar da globalização com soberania, o que o Brasil não tem feito", disse.
Segundo o líder petista, a viagem serviria de aprendizado para uma eventual Presidência petista. "Vamos conhecer como os chineses resolveram problemas, como o da alimentação e da habitação de uma população quase dez vezes maior do que a do Brasil."
Para José Dirceu, presidente do PT e integrante da comitiva do partido que faz viagem oficial de 12 dias ao país, a China é politicamente independente e tem condições para reequilibrar o mundo.
"O país pode ser um aliado do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio). Para os brasileiros, do ponto de vista político, tecnológico e comercial, os chineses são tão importante quanto os EUA e a Europa."
O Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina. No ano passado, as trocas comerciais entre os dois países aumentaram 54%, somando cerca de US$ 2,8 milhões.
No primeiro dia, o programa de Lula incluiu um passeio à Muralha da China, principal atração turística do país.
Essa é a primeira visita do líder petista aos chineses. O PT e o Partido Comunista Chinês estiveram rompidos no início dos anos 90, depois que os petistas condenaram a repressão ao movimento estudantil pela democracia, na Praça da Paz Celestial. O reatamento ocorreu em 1994, mas a viagem teve sucessivos adiamentos, por problemas de agenda.
"Só espero que a próxima visita de Lula não seja como essa primeira, pela qual tivemos de esperar sete anos", disse Wang Hua, dirigente do Comitê Central do PCC, que recebeu a comitiva.

Eleições 2002
José Dirceu reafirmou ontem que o candidato do PT às eleições presidenciais de 2002 só será escolhido no final do ano. "Não é um assunto prioritário. Neste momento, o programa e a unidade das oposições são mais importantes. Essa é a opinião majoritária dentro do PT."
Lula não confirmou nem desmentiu se tenciona voltar a candidatar-se. "Vamos ver", disse.


Colaborou a Redação


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