São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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Ataques ficarão sem resposta, diz Lula

DENISE MADUEÑO
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem que não vai entrar em "jogo rasteiro" na campanha e que o presidente Fernando Henrique Cardoso ficará sem resposta se partir para o ataque à sua pré-candidatura.
"Custo a crer que o presidente tenha razões para falar mal de mim. O homem que estudou tanto, que conhece tanto o Brasil e que me conhece tanto, certamente não tem razões para falar mal de mim", disse Lula a respeito da ofensiva dos tucanos e do governo contra a sua pré-candidatura.
As declarações de Lula foram feitas durante visita à exposição agropecuária em Goiânia, onde o petista esteve ao lado do senador José Alencar (PL-MG), cotado para ser o vice em sua chapa, apesar de os dois partidos ainda estarem discutindo a aliança.
Lula disse esperar que FHC se disponha a discutir programaticamente o Brasil e seu governo. "Eu não irei responder a jogo rasteiro. Quanto mais os meus adversários baixarem o nível da campanha, mais eu vou tentar elevar o nível", afirmou.
Lula foi curto na resposta ao publicitário Nizan Guanaes, responsável pela campanha do presidenciável José Serra (PSDB), que em entrevista à Folha disse que o petista era "clone" do tucano. "Não tem sentido candidato ficar respondendo publicitário. Ficaria bem se ele ficasse na campanha do candidato dele."
Lula e José Alencar trocaram elogios ontem durante a visita a Goiânia. "Eu sou eleitor de Lula, mesmo que o PL não forme aliança com o PT", disse o senador. "Minha relação com José Alencar extrapola a aliança política. Eu considero paixão à primeira vista. Nós somos amigos e continuaremos a ser amigos", afirmou Lula.
A visita de Lula ao berço da UDR (União Democrática Ruralista) segue a estratégia do PT de tentar romper resistências ao partido. Mas sua presença não sensibilizou ruralistas presentes.
"Causar medo e pânico, isso Lula não causa. Ele não é discriminado aqui, mas não tem nossa simpatia. [A visita] nada mudou", afirmou Fernando Honorato, um dos dirigentes da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura que recepcionou o petista.


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