São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003 |
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PAINEL Lei da mordaça A reação da cúpula do PT ao manifesto contra a expulsão dos radicais não foi baseada apenas em ameaças de renúncia. Na Câmara, signatários do texto ouviram que, se não baixassem o tom, sofreriam punições também. Seria proibido criticar em público uma decisão partidária. Mais um enquadrado Idealizador do abaixo assinado, o deputado Tarcísio Zimmermann (RS) já admitia ontem fazer um texto mais leve defendendo os radicais, mas sem criticar a decisão de processá-los no Conselho de Ética. Alguns membros da cúpula do PT queriam que ele rasgasse a lista. Fé abalada A aliados no Senado, Tião Viana disse que o que mais o incomodou foi o fato de somente ter sabido do manifesto contra a expulsão dos parlamentares por repórteres, no início da noite. Durante o dia, conversou longamente com Suplicy, mas o colega não o avisou de nada. Paixão repentina Líderes do PSB procuraram o Planalto para reclamar da distribuição dos cargos federais. Dizem que o governo Lula parece considerar os votos do partido como favas contadas e só tem olhos para a namorada nova, o PMDB. O governo ficou de apresentar uma proposta. Apoio técnico A Comissão de Fiscalização e Controle aprovou requerimento da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) requisitando 30 auditores fiscais à Receita Federal para auxiliar as investigações na Casa sobre as denúncias de lavagem de dinheiro, por meio do Banestado, nos Estados Unidos. Agora, vai Roberto Requião (PMDB) está, enfim, completando o primeiro escalão do seu governo. Nos próximos dias, irá transferir o cargo de secretário da Segurança, que acumula, ao promotor Luiz Fernando Delazari. Contra-ataque Fabricantes de cerveja montaram um "exército de lobby" no DF para impedir a aprovação da emenda que proíbe propaganda da bebida na TV entre 6h e 22h. Um escritório de advocacia foi contratado e lobistas das empresas começaram a passear ontem pelo Congresso e Esplanada. Por todos os lados Representantes das cervejarias procuraram o autor da emenda, Valdemar Costa Neto (PL), o relator da medida provisória, Miguel de Souza (PL), e interlocutores do ministro Humberto Costa (Saúde) e de João Paulo (Câmara). Um representante de uma emissora de TV também conversou com o relator. Problema de herança Lula culpou FHC pela demora nos pagamentos a anistiados políticos, em reunião ontem em seu gabinete com representantes da classe. Disse, em meio a abraços e lágrimas, que o governo anterior não incluiu na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) a previsão desse gasto. A conferir João Paulo (Câmara) promoveu café da manhã ontem para discutir reforma política com parlamentares. Vários líderes da oposição saíram do encontro com a impressão de que o governo Lula não está muito disposto a levar o tema adiante. Tempos de crise O TRE-SP tem recebido pedidos de parcelamento de multas aplicadas na campanha de 2002. Nabi Abi Chedid, candidato derrotado à Assembléia de SP, teve sua solicitação negada pelo tribunal. Queria parcelar a multa de R$ 5.320,50 em 60 vezes. Visita à Folha Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Luiz Mário Gazzaneo, chefe da assessoria de comunicação social do IBGE. TIROTEIO Do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-tucano que acabou de aderir à base governista, sobre Tião Viana ter renunciado à liderança do PT e voltado atrás horas depois: - Tião Viana começou o dia como Jânio Quadros e acabou como Itamar Franco. CONTRAPONTO Missão secreta
Em viagem ao interior de São
Paulo, há três semanas, o governador Geraldo Alckmin tomava
café da manhã em uma padaria
de Jaú cercado de políticos tucanos e populares. E foi puxando
pela memória algumas histórias
curiosas de sua vida política. |
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